Publicado em: 25/09/2024 às 11:05hs
A economia do Rio Grande do Sul registrou uma leve queda de 0,3% no segundo trimestre de 2024, em comparação ao primeiro trimestre do ano, fortemente influenciada por eventos meteorológicos adversos. Apesar do recuo, o setor agropecuário se destacou com um aumento expressivo de 5,3%, enquanto os serviços mantiveram estabilidade com alta de 0,1%, e a indústria recuou 2,4%. No mesmo período, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresceu 1,4%.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (24/9) pelo Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG) em uma apresentação que contou com a presença da secretária da pasta, Danielle Calazans.
Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB gaúcho avançou 4,6%, impulsionado, sobretudo, pela forte alta de 34,6% na agropecuária. No âmbito nacional, o crescimento foi de 3,3% no mesmo período.
A retração da indústria gaúcha, que caiu 1,7% no trimestre, foi fortemente influenciada pela queda de 6,5% na indústria de transformação, a principal atividade do setor. Entre as 14 principais atividades industriais, dez registraram recuos, com destaque negativo para os setores de máquinas e equipamentos (-26,3%), produtos químicos (-10,9%) e alimentícios (-5,1%). Em contrapartida, setores como eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana apresentaram alta de 37,9%.
No setor de serviços, o Estado apresentou um crescimento de 2,4% em relação ao segundo trimestre de 2023. O comércio foi o principal motor desse desempenho, com aumento de 5,1%, seguido pelos serviços de informação (+3,9%). Entre as dez principais atividades comerciais, seis registraram crescimento, com destaque para hipermercados e supermercados (+12,1%), móveis e eletrodomésticos (+18,8%) e artigos farmacêuticos (+9,7%).
A secretária Danielle Calazans destacou o esforço do governo estadual em superar os desafios trazidos pelos fenômenos climáticos: "O governo tem trabalhado arduamente para a recuperação do Estado após os efeitos dos eventos meteorológicos que atingiram o território em maio. Após dois anos de estiagens e as inundações recentes, os números do PIB demonstram a resiliência da população gaúcha e auxiliam a orientar as políticas em desenvolvimento para superarmos este momento de dificuldades".
No acumulado do primeiro semestre de 2024, o PIB gaúcho cresceu 5,4%, superando o crescimento nacional de 2,9%. A recuperação da produção agrícola, em especial de soja (+43,8%) e milho (+13,6%), foi um dos principais fatores para o desempenho positivo do estado, ainda que o arroz tenha apresentado leve retração de 0,3%. Em nível nacional, a agropecuária registrou queda de 2,9% no período. O setor industrial gaúcho cresceu 0,2% no semestre, enquanto os serviços avançaram 2,7%.
O pesquisador do DEE, Martinho Lazzari, destacou a retomada gradual da economia gaúcha após os efeitos das enchentes: "As enchentes causaram impactos significativos na economia gaúcha, resultando em quedas expressivas nas produções agropecuária, industrial e de serviços em maio. No entanto, a partir de junho, a produção industrial começou a se recuperar, a construção voltou a crescer, e as vendas no comércio atingiram o maior nível da série, sinalizando um movimento de retomada econômica, ainda que não generalizada para todas as atividades".
Considerando os últimos quatro trimestres, o PIB do Rio Grande do Sul apresentou crescimento acumulado de 2,6%, ligeiramente superior à média nacional, que foi de 2,5% no mesmo período.
Fonte: Portal do Agronegócio
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