Publicado em: 01/03/2013 às 19:40hs
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,9% em 2012, totalizando R$ 4,403 trilhões. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse é o pior desempenho da economia desde 2009, quando havia sido registrada uma queda de 0,3%. Em 2011, houve crescimento de 2,7% e, em 2010, de 7,5%.
A alta no 4º trimestre do ano passado, em relação ao trimestre anterior, foi de 0,6%. O crescimento, na comparação com o 4º trimestre de 2011, alcançou 1,4%.
Setores: indústria cai; serviços e consumo de famílias sobem
O PIB da indústria caiu 0,8% em 2012 ante 2011. No quarto trimestre contra o terceiro trimestre do ano passado, o PIB da indústria subiu 0,4%. Na comparação com o quarto trimestre de 2011, o PIB da indústria mostrou alta de 0,1% no quarto trimestre de 2012.
O IBGE divulgou ainda que o PIB de serviços mostrou alta de 1,7% em 2012 ante 2011. No quarto trimestre contra o terceiro trimestre do ano passado, o PIB de serviços subiu 1,1%. Na comparação com o quarto trimestre de 2011, o PIB de serviços mostrou alta de 2,2% no quarto trimestre de 2012.
O consumo das famílias registrou alta de 3,1% em 2012 ante 2011. No quarto trimestre ante o terceiro trimestre de 2012, houve avanço de 1 2%. Na comparação com o quarto trimestre de 2011, o consumo das famílias aumentou 3,9% no quarto trimestre de 2012.
Segundo o IBGE, o consumo do governo subiu 3,2% em 2012 ante 2011. No quarto trimestre ante o terceiro trimestre de 2012, houve aumento de 0,8%. Na comparação com o quarto trimestre de 2011, o consumo do governo subiu 3,1% no quarto trimestre de 2012.
Mantega: crescimento foi abaixo das expectativas, mas está acelerando
Embora reconheça que o crescimento do PIB em 2012 esteve "abaixo das expectativas", o ministro da Fazenda, Guido Mantega, considera que a economia está em "recuperação".
Segundo o ministro, esta trajetória pode ser observada no contínuo crescimento do PIB ao longo dos trimestres em 2012. No último trimestre, o PIB avançou 0,6% em relação ao terceiro trimestre, acima da taxa de 0,4% do período de junho a setembro na comparação com ajuste sazonal (livre dos efeitos típicos de cada período).
O ministro espera que o PIB cresça entre 3% e 4% em 2013. "O importante é esse movimento da economia, porque ela está acelerando de forma gradual e [esta aceleração] continua em 2013. Já temos dados do primeiros meses do ano que mostram que essa trajetória de aceleração está se mantendo", afirmou Mantega.
Mantega disse ainda que espera que as medidas de estímulo tomadas pelo governo no ano passado surtam efeito em 2013.
"A desoneração da folha de pagamento só entrou plenamente em vigor em janeiro deste ano, a queda da taxa de juros demora a surtir efeito, a redução da tarifa de luz começou em 2013", citou Mantega. Voltar
Gleisi: PIB era previsto e reflete o passado
Para a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o resultado do PIB de 2012 era previsto. "O resultado do PIB era esperado. Ele reflete o passado, principalmente a crise que tivemos com a indústria", disse nesta sexta-feira (1º) em seminário de infraestrutura do governo brasileiro na capital britânica.
Diante do crescimento de menos de 1% em 2012, Gleisi optou por um discurso otimista quando às perspectivas para economia nacional. "As informações começam a mostrar recuperação da economia brasileira nos investimentos. Nós já tivemos sinais bem claros de recuperação da indústria. Em fevereiro, tivemos crescimento de 1% ante janeiro. Isso vai ser ainda mais expressivo em março", afirmou.
Em entrevista à imprensa, a ministra listou os setores da economia que têm sinais positivos. "Serviços vão bem, o agronegócio deverá ter um de seus melhores anos e o comércio vai bem. Temos todas as condições para um crescimento bom em 2013", disse. "As medidas necessárias foram tomadas em 2012 e acreditamos que a recuperação vai ser continuada", completou. Voltar
PIB mostra um governo desnorteado, diz líder do PSDB
O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), afirmou que o resultado do PIB no ano passado mostra que o governo "está desnorteado" na condução da política econômica. Ele afirmou que o baixo crescimento da economia se juntou a uma alta da inflação e investimentos em queda, montando um cenário preocupante para o País.
Segundo o deputado, o governo estimou um crescimento de 4,5% para 2012 e o que acabou se confirmando foi um desempenho "sofrível", com a economia praticamente estagnada. "Isso só demonstra que os responsáveis pela política econômica do governo não têm certeza do que está acontecendo de fato na economia. O País precisa de menos discurso e mais ações efetivas", afirmou. Sampaio disse, ainda, que os problemas na política econômica estão levando o Brasil a perder credibilidade, além de gerar instabilidade.
Entenda o PIB
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país. O IBGE calcula a quantidade e os valores de tudo o que é produzido, como carros, pães e salários. Para evitar contagens repetidas de um mesmo bem, as matérias-primas são desconsideradas. Somente o valor acrescentado em cada etapa da produção é registrado. Bens usados e revendidos também são excluídos porque o objetivo é medir apenas a produção do ano de referência.
A medição abrange todos os setores da economia – agricultura, comércio, serviços, indústria e governo. Exportações e importações de bens e serviços também são registradas. Com base nesse valor, chega-se ao PIB nominal. Para chegar ao crescimento real da economia, o IBGE precisa ainda descontar a inflação em relação ao ano anterior, o que faz o cálculo considerar apenas a variação nas quantidades produzidas.
Fonte: Gazeta do Povo
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