Publicado em: 05/06/2012 às 09:30hs
Mais forte - A queda de 8,5% no PIB da agropecuária no primeiro trimestre de 2012, ante o mesmo período de 2011, foi a mais forte desde o quarto trimestre de 1997, quando o setor encolheu 11% em relação aos três últimos meses de 1996, segundo o IBGE. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a queda de 7,3% registrada nos três primeiros meses do ano é a maior desde o terceiro trimestre de 2005, quando o IBGE apurou uma queda de 7,4%. De acordo com o IBGE, o resultado do primeiro trimestre reflete principalmente a queda na produção de soja (-11,4%), arroz (-13,8%) e fumo (-15,9%), colheitas com grande peso sobre a atividade agrícola no primeiro trimestre.
Segundo trimestre - De acordo com a metodologia do instituto, baseada no Censo Agropecuário de 1996, apenas 43% da produção é colhida entre janeiro e março. A maior parte, 55,6%, é computada no segundo período. Ou seja, a queda na produção da oleaginosa deverá pesar também sobre o resultado da agropecuária no segundo trimestre.
Compensação - O economista da MB Agro, Leonardo Rosa, acredita, porém, que o efeito de retração da soja no próximo trimestre deve ser "mais do que compensado" pelo crescimento da produção de outras commodities, como milho e café, cujas colheitas têm maior peso no segundo trimestre. "O IBGE contabiliza 50% da produção de milho no segundo trimestre, contra apenas 25% no primeiro", explica Rosa.
Milho - A produção de milho deve crescer 14,8% na safra 2011/12, segundo dados da Conab. Contudo, o crescimento será puxado principalmente pela segunda safra (chamada de safrinha), colhida no segundo trimestre. "Diante disso, é provável que tenhamos um crescimento marginal no PIB agropecuário no segundo trimestre", diz Rosa.
Milho e feijão - O coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, contudo, prevê que o PIB da agropecuária deve sofrer uma nova queda no segundo trimestre. Gasques diz que a variação do PIB no primeiro trimestre incorporou apenas os efeitos da seca na região Sul, que castigou principalmente as lavouras de soja (que representa 23% do valor bruto da produção agropecuária) e milho, mas os dados ainda não levaram em conta os problemas decorrentes da seca no Nordeste, que prejudicou principalmente as safras de milho e feijão. "Esses efeitos serão percebidos no próximo trimestre", afirmou.
Peso - No PIB, o peso da agropecuária é de cerca de 5%, mas o agronegócio representa cerca de 22% das riquezas produzidas no país.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR
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