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PIB Agropecuário deve encerrar 2024 em queda, aponta CNA

Economia do setor é impactada por revisão de dados e retração da poupança, alerta economista


Publicado em: 04/12/2024 às 11:30hs

PIB Agropecuário deve encerrar 2024 em queda, aponta CNA

O Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária no Brasil registrou uma retração de 0,9% no terceiro trimestre de 2024, impactado pela revisão dos dados anteriores, mas amenizado pelo bom desempenho das culturas de inverno. A análise foi feita por Renato Conchon, chefe do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Na comparação anual, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revisou os dados de 2023, e o setor agropecuário passou a apresentar um crescimento de 16,3%, em vez dos 15,1% inicialmente reportados. Conchon explicou que a revisão aumentou a lacuna do "carregamento estatístico", o que comprometeu os resultados do terceiro trimestre de 2024.

Entre julho e setembro, o desempenho das culturas de inverno, como aveia, trigo, cevada e algodão, contribuiu para reduzir a queda no indicador geral do setor. Essas culturas apresentaram variações positivas de 29,9%, 12,6%, 5,3% e 14,5%, respectivamente.

Apesar desses avanços, a expectativa da CNA é de que o PIB agropecuário do próximo trimestre, a ser divulgado em março de 2025, mostre uma recuperação modesta, mas insuficiente para reverter a queda acumulada no ano, que até o momento está em -0,8%. A CNA realizará uma revisão dos números a partir dos dados divulgados nesta terça-feira.

Para o próximo ano, a perspectiva é mais otimista. Conchon apontou que o PIB agropecuário deve registrar crescimento, impulsionado pelo bom desempenho da safra de verão até o momento. As estimativas preliminares indicam um crescimento de aproximadamente 3,2% em 2025.

Além disso, o economista destacou o resultado positivo do PIB brasileiro no terceiro trimestre, com avanço de 0,9% em relação ao segundo trimestre de 2024 e crescimento de 4% na comparação anual. Esse desempenho foi atribuído principalmente à manutenção dos gastos das famílias e ao volume de investimentos, que superaram as expectativas.

Contudo, Conchon alertou para a queda na taxa de poupança líquida do país, que passou de 15,4% em 2023 para 14,9% em 2024. Ele enfatizou que uma parte significativa do investimento no Brasil depende dessa poupança, e uma redução substancial nesse indicador pode comprometer o crescimento dos investimentos e afetar negativamente o Plano Safra no longo prazo. “Precisamos acompanhar com atenção esse indicador, pois ele está em desacordo com o crescimento do PIB”, concluiu.

Fonte: Portal do Agronegócio

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