Publicado em: 04/06/2018 às 16:40hs
Depois do já expressivo crescimento registrado em 2017 – de 7,6%, com importante impulso ao PIB nacional –, novamente, o agronegócio brasileiro deve crescer em 2018, segundo indica pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). As primeiras estimativas para o PIB-volume do agronegócio em 2018 apontam alta de 5,5% no ano.
Diferentemente do cenário do ano passado, em 2018, pesquisadores do Cepea destacam que o impulso ao setor vem dos elos industriais, diante de estabilidade prevista para o PIB-volume do segmento primário. Desde meados de 2017, a agroindústria brasileira vem reagindo aos sinais de recuperação da economia brasileira, ainda que modestos, e recuperado sua produção e nível de empregos (Confira aqui)
Para o segmento de insumos, estima-se crescimento de 2,9% no ano e, para a agroindústria, de 9%. Vale lembrar que o patamar de comparação, ou o primeiro bimestre de 2017, é bastante baixo. Pesquisadores do Cepea indicam que a expansão agroindustrial impulsionou ainda o segmento de agrosserviços, para o qual estima-se expansão de 6,6% em 2018, refletindo a grande quantidade de serviços necessários para o transporte e comercialização da elevada produção.
Ainda, quanto ao relativamente modesto desempenho do segmento primário do setor, destaca-se que a variação leva em conta o patamar recorde de produção de 2017. Segundo a Conab, mesmo com a safra brasileira de grãos diminuindo 2,1% em 2018 frente ao ano anterior, ainda será a segunda maior da história.
Quantos aos preços, as estimativas atuais do Cepea/CNA apontam para perda de 6,5% nos preços relativos do agronegócio, indicando que os produtos do setor estão se desvalorizando frente à média da economia. Assim como observado em 2017, a pressão baixista da média de preços reais de produtos do agronegócio acabou suprimindo a evolução significativa em volume de produção e, com isso, estima-se queda de 1,3% no PIB-renda do setor. Entre os segmentos, a redução do PIB-renda é pressionada unicamente pelo primário, para o qual o recuo é estimado em 20,1%. Para os demais segmentos, impulsionado pelo bom volume de produção, o PIB-renda deve crescer.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que os efeitos da atual greve de caminhoneiros, que afetam o agronegócio, ainda não são avaliados nesta estimativa do PIB. Mas essas questões provavelmente terão reflexos nos resultados do setor (ainda não sendo possível avaliar em que magnitude) e poderão ser verificados nas próximas estimativas do PIB. A princípio, de acordo com informações do Cepea, os setores de aves, suínos e leite, que já passavam por dificuldades antes da paralisação, parecem ser os mais fragilizados diante da atual greve (confira mais aqui)
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Fonte: CEPEA
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