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Pecege/Esalq lança índices de inflação do setor sucroenergético

O Pecege (Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas) vinculado à ESALQ/USP, lança neste mês os ?Índices de Inflação do Setor Sucroenergético?, desenvolvido sob a coordenação do professor Roberto Arruda de Souza Lima (ESALQ/USP), com o apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)


Publicado em: 19/01/2012 às 17:20hs

Pecege/Esalq lança índices de inflação do setor sucroenergético

Inéditos no país, os índices são mensais e referem-se aos setores agrícola (produção de cana-de-açúcar) e industrial (açúcar e etanol) do setor sucroenergético. Foram elaborados a partir de preços levantados pelo Pecege com mais de 100 fornecedores de insumos agrícolas e industriais do setor em sete mesorregiões inseridas na chamada região “Centro-Sul Tradicional” de produção: Araçatuba, Assis, Sertãozinho, Catanduva, Jaú e Piracicaba, localizadas no estado de São Paulo, e Porecatu e Jacarezinho, no Paraná.

A identificação e ponderação dos insumos mais relevantes para o setor foram baseadas nos Relatórios de Custos de Produção de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol, publicado desde a safra 2007/08 pelo Pecege em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).

Entre os insumos agrícolas mais relevantes citam-se fertilizantes, herbicidas, corretivos de solo, inseticidas, valor do arrendamento e mão-de-obra. Já entre os industriais estão químicos (sobretudo ácido fosfórico, enxofre, dispersante, antiespumante, antibiótico, soda cáustica e ácido sulfurico), eletrodos e sacarias.

Carlos A. Oñate Paredes e Haroldo José Torres da Silva, que desenvolveram o estudo, explicam que o indicador de inflação “é uma ferramenta para que os agentes do setor acompanhem, com maior precisão, quais são os conjuntos de bens e/ou serviços que aumentam ou diminuem os custos de produção. “Com isso, facilita-se o processo de tomada de decisão, contribuindo também para a melhora de rendimentos dos processos produtivos”, afirmam.

Setor tem ligeiras altas de preços em novembro; variação maior foi para produção de açúcar 


Em novembro de 2011, o índice agrícola Pecege (especificamente para a produção de cana-de-açúcar) permaneceu praticamente estável, com uma ligeira alta de 0,02% em relação ao mês anterior. Os principais insumos que influenciaram o pequeno aumento do índice, na média das regiões, foram os corretivos representados pelo calcário e gesso, bem como os herbicidas.

O índice industrial Pecege para etanol teve aumento de 0,19% em novembro, em relação a outubro de 2011. As variações substanciais estão associadas aos preços dos grupos “Químicos” (anti-espumante, dispersante, soda cáustica e ácido sulfúrico, por exemplo) e “Eletrodos”.

Foi o índice industrial Pecege para a produção de açúcar o que apresentou maior variação: 0,42% no período analisado. A alta está relacionada à alteração nos preços de eletrodos nas regiões paulistas de Araçatuba e Jaú, bem como pelos insumos químicos em Sertãozinho.



Inflação do setor assemelha-se à de outros setores da economia

A pesquisa do Pecege concluiu ainda que o comportamento dos preços para a produção de açúcar e etanol na Região Centro-Sul Tradicional foi semelhante ao movimento dos preços médios da economia brasileira capturados pelo IGP-DI (0,43%).

A atividade de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis do IPP – Índice de Preços ao Produtor do IBGE – apresentou aumento de 0,55% no mês de novembro em relação a outubro de 2011. Lembrando que o índice industrial para a produção de Etanol, mensurado pelo Pecege, apresentou um aumento de 0,19% no período.        

O IPP, que mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação, teve variação nula (0,0%) em novembro. Similar a esse processo, o índice agrícola Pecege (componentes necessários para a produção de cana-de-açúcar) apresentaram variação de 0,02%.



Índices de inflação entre Out/Nov de 2011. Fonte: FGV, IBGE e PECEGE

Fonte: Equipe de Comunicação do Pecege-ESALQ/USP

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