Essa é a perspectiva de economistas e do governo do Estado, após a divulgação da Balança Comercial pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), na sexta-feira (14), do acumulado até novembro. As exportações nos 11 primeiros meses de 2012 somaram US$ 12,896 bilhões, superando em 16,1% o volume de todo ano passado, quando fechou em US$ 11,099 bilhões.

A alta de 19,5% registrada em novembro, quando a receita somou US$ 1,225 bilhão, ante a igual mês do ano passado (US$ 1,025 bilhão), contribuiu para essa avaliação. Já no comparativo entre o acumulado dos 11 meses, a expansão é de 25,6%, considerando que, de janeiro a novembro do ano anterior foram exportados US$ 10,263 bilhões.

Previsão do governo no início do ano era chegar a 15% de expansão, índice que foi elevado “quando as exportações foram impulsionadas pelas commodities”, avalia o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, atribuindo o resultado ao aumento na produção, à melhora no processo de logística e a agregação de valor das mercadorias. “Nos últimos 10 anos temos tido crescimento. Este ano, em relação a 2002, chegaremos a 600%”.

Para o economista Vitor Galesso, especialista em comércio exterior, a “aposta” nesse crescimento é “séria” e “justa”, levando em consideração que o preço da soja continua bom e o grão foi praticamente embarcado. Os recentes embargos à carne brasileira, incluindo a mato-grossense, devem afetar o resultado estadual a partir de 2013. Galesso estima que o impacto neste ano não será sentido porque a China fechou a porta, mas a Rússia abriu. Segundo o secretário de Indústria, o problema relacionado à carne deve ser revertido no de- correr do próximo ano, cuja expectativa de crescimento do governo é de 5% a 6%.

Análise importante a ser feita, destaca o economista Carlos Vitor Timo, é a correlação positiva entre as exportações e o Produto Interno Bruto (PIB). Especialista frisa que a primeira representa 30% do PIB do Estado, que foi um “fracasso” em 2009 e 2010, conforme dados divulgados pelo IBGE. “Mato Grosso deixou de ser um “tigre” e teve crescimento pequeno. Agora, quando as exportações registram taxas elevadas de 2 dígitos, refletem no PIB estadual”, considera o especialista ao citar também a recuperação das perdas cambiais como um fator relevante para o resultado alcançado na Balança Comercial. “Além de um preço de soja elevado, que remunera a atividade, quando o produtor exporta em dólar e transforma em real, está tendo ganho cambial, sendo que, tempos atrás a gente tinha perda cambial”.