Publicado em: 08/10/2012 às 12:20hs
O crescimento brasileiro está patinando nos últimos trimestres, apesar de economistas esperarem que a expansão na maior economia da América Latina recupere-se gradualmente durante o ano que vem.
"O Brasil cresceu pouco no último ano por causa da crise lá (na zona do euro). Na China e na Índia as empresas também estão travadas", disse Mantega ao jornal alemão Handelsblatt em entrevista publicada nesta segunda-feira.
"A Europa deve agir mais rapidamente porque os mercados financeiros não têm mais confiança."
A América Latina não é muito exposta a comércio direto com a Europa --a zona do euro é o seu terceiro parceiro comercial, comprando 11% de suas exportações. Mas é vulnerável a efeitos nos preços das commodities, crescimento chinês e fluxos financeiros se a crise do euro persistir.
Cerca de 40% do Investimento Estrageiro Direto (IED) na América Latina vêm da União Europeia (UE), particularmente da endividada Espanha, cujos bancos estão agora enfrentando temores de que o país pode precisar de um resgate internacional.
Mantega reconheceu que a zona do euro está tomando agora medidas para combater a crise, incluindo planos para uma união bancária, mas disse que eles estão demorando muito para sair do papel.
"Se não é possível definir uma supervisão bancária perfeita do dia para a noite, então comece pelo menos com alguma forma de supervisão", alertou Mantega.
Questionado sobre quais lições a própria crise econômica da América Latina pode ensinar à Europa, Mantega disse que os líderes da zona do euro não devem se focar apenas em consolidação fiscal, mas adotar medidas de estímulo, especialmente nações credoras como a Alemanha, para impulsionar o crescimento.
"Se nós insistirmos apenas em austeridade, nós vamos sofrer uma crise muito mais longa, da qual muitos governos não podem sobreviver", acrescentou o ministro.
Mantega disse que os líderes europeus devem estar mais dispostos a ouvir as propostas das economias emergentes e dos Estados Unidos para superar a crise.
Fonte: Reuters
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