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IOF já afeta fluxo cambial e custo de exportador sobe

O cerco promovido pelo governo aos ingressos de recursos externos elevou o custo de financiamento dos exportadores que recorrem ao Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), reduziu a entrada de dólares em algumas linhas alvos da elevação do IOF e estimulou a procura de formas de burlar o imposto


Publicado em: 16/03/2012 às 10:50hs

IOF já afeta fluxo cambial e custo de exportador sobe

Por exemplo, os bancos locais "desenterraram" um modelo de operação de financiamento às exportações regulamentado em 1975, pela Lei 6.313, a Cédula de Crédito à Exportação ou Nota de Crédito à Exportação.

Movimentos - Dois movimentos reforçaram a demanda por ACCs que acabaram aumentando seu custo. Um deles é o temor de que novas medidas acabem impondo restrições a essa linha. O outro é a desvalorização do real, que atrai mais operações. Entre janeiro e fevereiro, o movimento de ACCs foi de US$ 6,9 bilhões, com uma média diária de US$ 168 milhões. Na segunda semana de março, a média subiu para US$ 284 milhões.

Empresa de primeira linha - Uma empresa de primeira linha fechou ACC de um ano com taxa de 1,99%. Semanas atrás, o mesmo contrato custava 0,98% ao ano. A melhor cotação que outra empresa recebeu para seu adiantamento de câmbio de 330 dias foi de 2,497% ao ano, ante o 1,99% da captação anterior.

Pagamento antecipado - Com a instituição do IOF, esfriaram as operações de pagamento antecipado de exportações. Por esses contratos, que estavam sendo negociados com prazos de até dez anos, entraram US$ 8,5 bilhões nos dois primeiros meses do ano. A média diária em janeiro foi de cerca de US$ 230 milhões, a de fevereiro, de US$ 184,7 milhões e entre os dias 5 e 9 deste mês caiu para US$ 136 milhões.

Outra operação - Para fugir do imposto nos empréstimos externos e no pré-pagamento de exportações, foram ressuscitadas as CCE-NCE, uma operação em reais para a qual não haveria limitação de funding para os bancos. Uma cotação feita a pedido do Valor para essa modalidade, com vencimento em dez anos, mostrou custo de 95% do CDI para amortização do principal. Se a opção for por amortização do principal mais pagamento de juros, com dois anos de carência, o preço seria de CDI mais 2,84% ao ano. Segundo uma corretora, é uma taxa alta perto daquelas que o exportador dispunha antes. De acordo com tesoureiros, a NCE é boa alternativa para linhas curtas, atendendo os exportadores que precisam de dinheiro imediato.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR

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