Brasil

INFLAÇÃO: Mercado eleva projeção para 5,68% em 2013

A projeção do mercado financeiro para a inflação oficial, medida pelo IPCA, deste ano registrou uma pequena elevação pela quinta semana consecutiva, segundo o relatório de mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (04/02) pelo Banco Central


Publicado em: 05/02/2013 às 18:50hs

INFLAÇÃO: Mercado eleva projeção para 5,68% em 2013

De acordo com o documento, a mediana das estimativas para a inflação oficial do País em 2013 passou de 5,67% para 5,68%. Quatro semanas atrás, a mediana das expectativas estava em 5,49%. Para 2014, os analistas mantiveram pela 12ª semana seguida a previsão de IPCA fechando o ano em 5,50%. Já na coleta de previsões para o IPCA suavizado em 12 meses, foi verificada uma queda, de 5,53% para 5,47%. O movimento de redução é visto pela segunda vez seguida - há um mês, a taxa mediana encontrada na pesquisa era de 5,52%. Não houve alteração da mediana encontrada para o IPCA no curto prazo. Para o resultado de janeiro, que será conhecido nesta semana, a mediana das projeções seguiu em 0,85%. Há quatro semanas estava em 0,75%. Para fevereiro, a taxa estacionou em 0,40%. Um mês atrás, estava em 0,41%. O grupo de analistas que mais acertam as estimativas para a inflação, denominado Top 5 pelo BC, manteve suas previsões sem alterações. Para 2013, a mediana das expectativas desses profissionais seguiu em 5,52% - mesmo patamar visto há um mês. Para 2014, a mediana está em 5,80%. Apesar de não ter havido mudança no documento de hoje, quatro semanas atrás, esse grupo projetava uma alta menor para a inflação de 2014, de 5,25%.

PIB - O mercado financeiro começa a enxergar uma reação da economia brasileira mais forte no próximo ano. A mediana das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 3,65% para 3,70%. Apesar de ser a segunda semana consecutiva de alta para o crescimento do País em 2014, a taxa esperada ainda é inferior do que a vista há um mês, quando estava em 3,75%. Para 2013, não houve alterações na mediana das projeções para o PIB, que seguiu em 3,10%. Quatro semanas atrás, porém, a expectativa era de que o Brasil crescesse 3,26% este ano. Ainda que as projeções para o PIB de 2013 tenham se mantido estáveis, os analistas consultados pelo Banco Central preveem uma expansão maior para o setor manufatureiro este ano. De acordo com a Focus, a produção industrial deve crescer 3,17%. Na semana anterior, a previsão era de uma alta de 3,10% e, há um mês, de 3,00%. Para 2014, a mediana das previsões seguiu em 3,70%, patamar mais baixo do que visto há um mês, quando estava em 3,75%

Câmbio - Com as seguidas quedas do dólar atualmente, o mercado financeiro revisou para baixo suas estimativas para a cotação da moeda neste e no próximo ano. A expectativa é de que o câmbio feche 2013 em R$ 2,05, e não mais em R$ 2,07, como visto na semana anterior, ou em R$ 2,08, como era aguardado há um mês. Para 2014, o movimento foi similar: os economistas revisaram suas estimativas para o câmbio no final do ano. A mediana passou de R$ 2,09 para R$ 2,07 agora. Apesar disso, a taxa ainda segue mais elevada do que a esperada há um mês (R$ 2,05). Com estas mudanças, a taxa média de 2013 passou de R$ 2,05 para R$ 2,03. Estas cotações são mais baixas do que a prevista um mês atrás, de R$ 2,07. Também foi modificada a mediana das projeções para a taxa média do dólar em 2014, que saiu de R$ 2,06 na semana passada para R$ 2,05 agora, mesmo nível visto quatro semanas atrás.

Selic - O mercado financeiro manteve as expectativas para a Selic ao final deste e do próximo ano. Ao longo de 2014, no entanto, foi verificada uma elevação significativa da mediana das projeções para a taxa média de juros. Para dezembro de 2013, a mediana está parada em 7,25% ao ano há 12 semanas. Para o fim de 2014, está estacionada em 8,25% ao ano há seis semanas consecutivas. No caso da Selic média, a mediana das previsões dos analistas também ficou inalterada em 7,25% pela 12a semana seguida. Já para 2014, a mediana das projeções para a taxa média passou de 8,04% para 8,21%. Apesar da alta, a pesquisa revela que os analistas ainda contam que a Selic ficará mais baixa do que esperavam há um mês, quando a mediana para esse indicador estava em 8,28%.

Focus - Analistas do mercado financeiro promoveram mais uma rodada de redução de suas apostas para o IGP-M e o IGP-DI de 2013. Segundo o relatório de mercado Focus, o IGP-DI deve fechar este ano em 5,16%, e não mais em 5,19%, como esperavam na semana anterior. Há um mês, a mediana das projeções para esse índice estava em 5,37%. Para 2014, não houve alteração das expectativas, já que a mediana se manteve em 5,00%. Há 26 semanas, os analistas esperam essa taxa de inflação para o ano que vem. No caso do IGP-M de 2013, a mudança foi ainda mais significativa: passou de 5,26% para 5,09%. Vale lembrar que há um mês esse mesmo grupo aguardava uma inflação de 5,31% para o final deste ano. Para 2014, no entanto, foi feito um ajuste para cima. No lugar da taxa de 5,18% aguardada na semana passada, agora a mediana está em 5,19%. Há quatro semanas, a expectativa era de que o IGP-M encerrasse 2014 em 5,00%. No cálculo da inflação para o consumidor, o mercado projeta que o IPC-Fipe encerrará 2013 em 5,07%. A taxa é bem mais alta do que a verificada na semana passada (4,96%) e também do que a esperada há um mês (4,88%). Para 2014, porém, houve diminuição das projeções de 5,00% esperada na semana passada e também há um mês para 4,95% agora. Também para os preços do grupo de serviços e produtos monitorados ou administrados pelo governo, o mercado financeiro aumentou suas estimativas. No lugar de uma alta de 3,20% prevista na semana passada, os analistas acreditam em uma elevação de 3,25%. Quatro semanas atrás, a mediana das previsões estava em 3,30%. Para 2014, a mediana das estimativas não foi modificada, e segue em 4,50% - idêntica taxa vista há um mês.

Balança comercial -  Com o déficit da balança comercial no primeiro mês do ano, analistas do mercado financeiro revisaram para baixo suas projeções para o saldo de 2013. Segundo o relatório de mercado Focus, o superávit deste ano será de apenas US$ 15,50 bilhões e não mais o de US$ 16,75 bilhões aguardado na semana anterior. Há um mês, no entanto, a mediana para este indicador estava positiva em US$ 15,00 bilhões. Para 2014, a mediana das projeções para o superávit comercial seguiu em US$ 16 bilhões. Quatro semanas atrás estava em US$ 15 bilhões. O resultado menor esperado para a balança influenciou as apostas para a conta corrente, que deve ter um déficit de US$ 62,65 bilhões, e não mais de US$ 61,96 bilhões, como era previsto na semana passada. A nova mediana voltou a se aproximar da previsão de déficit de US$ 62,10 bilhões vista há um mês. Para 2014, há 21 semanas os analistas não alteram suas estimativas de resultado negativo das transações correntes em US$ 70 bilhões. As novas estimativas para a conta corrente revelam que o saldo negativo não deve ser totalmente financiado pelo Investimento Estrangeiro Direto (IED). Isso porque os analistas mantiveram a expectativa de um ingresso de recursos da ordem de US$ 60 bilhões para 2013 e 2014. Há oito semanas o mercado espera esse fluxo para este ano e há 25 semanas para o ano que vem. No caso da relação dívida/PIB, o relatório revelou que o mercado segue aguardando uma taxa de 34% para este ano. Esta é a 18ª semana consecutiva que não há alterações para este indicador. Para 2014, porém, houve um pequeno ajuste, passando de um patamar de 33,00% para 33,10%.

Fonte: O Estado de S. Paulo

◄ Leia outras notícias