Publicado em: 18/11/2024 às 10:35hs
O governo federal está prestes a anunciar um conjunto de medidas para contenção de gastos, conforme revelou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao Times Brasil/CNBC, divulgada neste domingo. Segundo Haddad, o pacote já foi aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e está praticamente concluído, faltando apenas a resposta do Ministério da Defesa para ser oficializado.
“O pacote está fechado com o presidente. Vamos anunciar em breve, pois falta apenas o retorno de um ministério... o Ministério da Defesa”, afirmou o ministro. Ele destacou também o diálogo positivo com o titular da pasta, José Múcio Monteiro, e com os comandantes das Forças Armadas.
Haddad não especificou o montante de economia esperado com as medidas, mas garantiu que o pacote foi planejado para atender às necessidades de equilíbrio econômico e sustentação do crescimento. "É uma ilusão pensar que gastar mais gera mais recursos. O que está nos proporcionando resultados é o equilíbrio entre receita e despesa", defendeu.
O ministro acredita que o ajuste fiscal poderá contribuir para a retomada da redução da taxa de juros, ao ajudar na desaceleração da inflação. Essa estratégia está alinhada ao compromisso do governo de consolidar o arcabouço fiscal, cujo objetivo é garantir a estabilidade econômica do país.
A demora no anúncio do pacote, que inicialmente estava previsto para o período após o segundo turno das eleições municipais, tem gerado apreensão no mercado financeiro, pressionando os ativos brasileiros. Apesar disso, Haddad enfatizou que o trabalho do Ministério da Fazenda é essencial para assegurar que os demais ministérios possam implementar suas agendas. "Compreendemos as objeções, mas nosso papel é garantir que as prioridades de cada área sejam viáveis", explicou.
O ministro também comentou sobre a cúpula de chefes de Estado do G20, que ocorrerá nesta segunda e terça-feira no Rio de Janeiro. Ele destacou os avanços obtidos em 2023 e a articulação de uma agenda futura a ser liderada pela África do Sul, que assumirá a presidência rotativa do grupo em 2025.
Haddad voltou a defender a proposta brasileira de implementar uma taxação internacional sobre patrimônio, ressaltando que uma medida global seria mais eficaz para evitar a fuga de capitais. “Se a taxação de patrimônio for internacional, não há para onde fugir. Países que tentaram fazer isso isoladamente enfrentaram evasão de recursos”, afirmou.
O aguardado pacote fiscal é visto como um marco para reforçar a credibilidade da política econômica do governo e sustentar a confiança de investidores no cenário nacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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