Segundo a pesquisadora do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-LOG), da Universidade de São Paulo, Joseane Bigaran, o repasse no frete por conta de um combustível mais caro na bomba ainda não foi realizado e muitas transportadoras estão em fase de negociação.

“De qualquer forma, se o repasse vier, não deve ultrapassar a cada dos 7%. Isso pelo fato de a grande maioria das transportadoras trabalhar baseada em contratos. E nem sempre é fácil reajustar o aumento do óleo diesel, pois envolve também o fator concorrência”, explica a especialista.

O preço médio do litro da gasolina no Brasil durante janeiro foi de R$ 2,863. Em São Paulo, o preço médio praticado foi de R$ 2,672. Para fevereiro, o preço nas bombas deve passar de R$ 3,000 o litro. O aumento do combustível, que estava sendo ventilado pelo governo federal e estatal já no final de 2012, mas sem data marcada, pegou muita gente de surpresa, e, representou, para gasolina e diesel, 4,5% de alta nas bombas para o consumidor final. “O reajuste também deverá impactar nos preços dos produtos em geral”, observa a pesquisadora Joseane.

A previsão do mercado era de que os aumentos na refinaria fossem de 10% para o óleo diesel e 7% para a gasolina, entretanto o que ocorreu no último dia 30 foi um crescimento de 5,4% no óleo diesel e 6,6% na gasolina. “O reajuste não vai eliminar a defasagem da Petrobras, mas vai dar um fôlego à estatal, portanto, ainda em 2013 o consumidor pode aguardar por novos aumentos”, alerta a pesquisadora.

O comportamento altista também é esperada para o etanol. Conforme a pesquisadora Joseane, para os próximos meses, a tendência é que o preço do litro suba não só por causa da entressafra, mas também em decorrência do aumento da gasolina. “Além disso, o governo anunciou que em maio deverá alterar a porcentagem de mistura do álcool na gasolina, de 20% para 25%”, lembra. O preço médio do litro de etanol no Brasil em janeiro foi de R$ 2,273. No Estado de São Paulo, a média ficou em R$ 1,839.