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FOCUS: Economia deve crescer 1,64% em 2012, prevê mercado

Analistas do mercado financeiro reduziram pela quinta semana consecutiva suas projeções para a expansão da economia do país em 2012, de acordo com o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (03/09) pelo Banco Central


Publicado em: 04/09/2012 às 10:00hs

FOCUS: Economia deve crescer 1,64% em 2012, prevê mercado

PIB - A mediana das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, resultado de consulta a mais de cem instituições, recuou de 1,73% para 1,64%, quinta semana consecutiva de queda na estimativa. Para 2013, a expectativa se manteve em crescimento de 4%.

Revisão - A revisão ocorre após a divulgação do desempenho do PIB referente ao segundo trimestre, na sexta-feira. Houve expansão de 0,4% no período, na comparação com o primeiro trimestre, na série com ajuste sazonal, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número veio abaixo da média de 0,46% apurada pelo Valor Data.

Estimativa do governo - O governo federal prevê crescimento econômico de 4,5% em 2013, segundo parâmetros econômicos previstos na proposta de orçamento para 2013, encaminhado na quinta-feira 30/08) ao Congresso Nacional, um dia antes do prazo final.

Produção industrial - A projeção para a produção industrial também se deteriorou no Focus nesta semana. A mediana agora projeta queda de 1,78% nessa atividade em 2012, ante contração de 1,55% prevista na semana passada. É a décima quarta revisão consecutiva para baixo. Para 2013, os analistas continuam a projetar expansão de 4,5%. Na sexta-feira (31/08), o IBGE informou que a indústria teve contração de 2,5%, no segundo trimestre, ante o primeiro, e de 2,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Inflação - Analistas elevaram pela oitava semana consecutiva suas projeções para a inflação em 2012, de acordo com o boletim Focus. A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,19% para 5,20%. Para 2013, as apostas subiram de 5,50% para 5,51%, após terem ficado estáveis por nove semanas consecutivas. A projeção para o IPCA nos próximos 12 meses também subiu, de 5,64% para 5,65%.

Selic - Enquanto a expectativa de inflação segue se deteriorando, os analistas mantiveram suas apostas de que a Selic cairá apenas 0,25 ponto até o fim do ano, para alcançar 7,25%. Na semana passada, o Copom reduziu a taxa básica de juros do país em 0,50 ponto percentual, para 7,50%. Analistas consideraram que, no comunicado da decisão, o colegiado do Banco Central praticamente descartou a possibilidade de nova redução de meio ponto na Selic ao dizer que se houver uma redução adicional ela será conduzida “com máxima parcimônia”. Uma redução de 0,25 ponto seria mais provável, segundo eles. Para o fim de 2013, a mediana das projeções subiu de 8,25% para 8,50%.

Câmbio - As projeções do mercado para a taxa de câmbio ao fim de 2012 e de 2013 permaneceram inalteradas pela quarta semana consecutiva, em R$ 2,00. Em agosto, o dólar fechou em 2,031, queda de 0,93% no mês. Em discursos feitos na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por várias vezes fez referências à taxa de câmbio ao redor de R$ 2,00. Na quinta-feira, afirmou que a taxa está se “consolidando no patamar de R$ 2 por dólar”, um nível considerado adequado pelo governo.

Competitivo - “Passamos a uma política de desvalorização do real para torná-lo mais competitivo”, declarou em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto. Depois, na sexta, ao comentar o PIB do segundo trimestre, afirmou que o “câmbio está acima de R$ 2 há quatro meses, e está mais favorável para a produção”.

Balança comercial - Voltando ao Focus, o boletim mostrou que os analistas praticamente não alteraram suas projeções para o saldo da balança comercial de 2012, que passou de US$ 18 bilhões para US$ 18,04 bilhões. Para 2013, a mediana se manteve em US$ 15 bilhões. Foram mantidas também as projeções para o investimento estrangeiro direto (IED) em 2012, em US$ 55 bilhões, e 2013 (passou de US$ 59 bilhões para US$ 59,01 bilhões).

Dívida líquida e déficit em conta corrente
- A mediana das projeções para a dívida líquida do setor público se manteve em 35,25% do PIB em 2012 e em 34% em 2013. Maior alteração foi notada na estimativa para o déficit em conta corrente em 2012, que aumentou de US$ 58,71 bilhões para US$ 58,80 bilhões. Para 2013, contudo, a projeção foi mantida em US$ 70 bilhões.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR

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