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FMI vê risco "alarmante" de forte freada mundial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou a sua projeção para o crescimento da economia mundial deste ano e do próximo ano e alertou para os riscos crescentes e "alarmantes" de uma desaceleração mais forte da atividade global


Publicado em: 09/10/2012 às 19:40hs

FMI vê risco "alarmante" de forte freada mundial

Agora, o organismo prevê uma expansão de 3,3% em 2012, ante 3,5% estimados em julho. O crescimento esperado para 2013 foi revisto de 3,9% para 3,6%. As projeções constam do relatório "Panorama Econômico Mundial", divulgado ontem, às vésperas da abertura da reunião anual do FMI e do Banco Mundial, que ocorre nesta semana em Tóquio.

Brasil - O Brasil sofreu a segunda maior redução nas projeções de crescimento econômico do FMI entre os países desenvolvidos e emergentes mais importantes, atrás apenas da Índia. O crescimento projetado brasileiro de 2012 foi reduzido em um ponto percentual, de 2,5% para 1,5%. Para 2013, o Fundo reduziu em 0,7 ponto percentual a projeção de crescimento econômico do Brasil, para 4%.

Tarefa complexa - A tarefa de prever as tendências da economia mundial se tornou mais complexa, afirma o Fundo, devido a incertezas sobre como a Europa vai reagir à sua crise e como os Estados Unidos vão desarmar a armadilha do chamado "abismo fiscal", ou seja, um conjunto de cortes de despesas e aumentos de impostos que entram em vigor em janeiro de 2013.

Recessão - Um dos modelos de projeção do FMI aponta um risco de 17% de a economia mundial crescer menos de 2% em 2013. Esse cenário, se confirmado, significaria recessão nas economias desenvolvidas e uma "séria desaceleração nos países emergentes", diz o relatório.

Outro modelo - Em abril, o risco de a economia mundial crescer menos de 2% em 2013 era calculado pelo FMI em apenas 4%. Em julho, quando o organismo reviu as suas projeções econômicas pela última vez, esse risco já havia subido para 10%. Um outro modelo de projeção do FMI aponta que o risco de uma recessão em 2013 é de cerca de 15% nos Estados Unidos, de mais de 25% no Japão e de 80% na Europa.

Chances de reação - Há, também, chances de a economia mundial reagir positivamente, num cenário em que tanto a Europa quanto os Estados Unidos surpreendam o mercado com medidas firmes para enfrentar suas fragilidades econômicas e financeiras. Em cenários otimistas extremos, a expansão poderia chegar a 5,5% ou até mais.

Fatores - Entre os fatores que explicam a revisão para baixo na projeção do FMI para o crescimento mundial estão os efeitos mais fortes do que os esperados do ajuste fiscal de países desenvolvidos na atividade, a obstrução do crédito em economias maduras, incertezas sobre como Europa e Estados Unidos vão responder à crise e a desaceleração econômica de emergentes, incluindo Brasil e China.

Países desenvolvidos - O conjunto de países desenvolvidos deverá registrar uma expansão de 1,3% em 2012, abaixo do 1,4% previsto pelo FMI em julho. Para 2013, o crescimento projetado encolheu de 1,9% para 1,5%. Os Estados Unidos deverão crescer 2,2% em 2012 (a projeção anterior era de 2%) e 2,1% em 2013 (antes, era 2,3%). No caso da zona do euro, o FMI espera uma contração de 0,4% em 2012, ante queda de 0,3% projetada em julho; para 2013, o crescimento previsto foi cortado de 0,7% para 0,2%

Retomada brasileira - "A retomada do crescimento no Brasil foi menor do que o esperado tanto devido às más condições externas quanto pela transmissão mais lenta do relaxamento monetário feito desde agosto de 2011, em virtude do aumento da inadimplência bancária depois de vários anos de rápido crescimento de crédito", afirma o relatório do FMI.

Sinais de superaquecimento - Apesar da expansão econômica mais fraca do que o esperado, o Brasil continua a apresentar vários sinais de superaquecimento. Uma tabela do relatório classifica indicadores de superaquecimento com sinais vermelho, amarelo e azul.

Indicadores - O Brasil tem três indicadores em vermelho, que exigem atenção: desemprego em patamares historicamente baixos, crescimento econômico acima da tendência de antes da crise 2008 e forte expansão de crédito. O FMI projeta no relatório taxa de desemprego de 6% em 2012 e de 6,5% em 2013.

Luz amarela - Outros dois indicadores recebem luz amarela: fluxo de ingresso de capitais e aumento de preços de imóveis. "Preços de imóveis altos ou crescentes e aumento do comprometimento de renda das famílias, especialmente no Brasil, exigem vigilância contínua pelas autoridades", afirma o relatório.

Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR

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