Publicado em: 06/06/2013 às 10:00hs
Primeiro grupo - No primeiro grupo, que cresce com mais força, estão os países emergentes e em desenvolvimento. No segundo pelotão, países que avançam a um ritmo intermediário – além dos EUA, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Suécia e Suíça. No terceiro grupo, países com um desempenho muito fraco, que inclui a zona do euro e o Japão, embora ela tenha ressaltado que a economia japonesa parece em melhor forma do que há alguns meses.
Emergentes - Ao falar dos países emergentes e em desenvolvimento, Lagarde disse que eles lideram a recuperação global, respondendo por cerca de três quartos do crescimento nos últimos cinco anos. Estavam bem no começo da crise e continuam em geral com economias firmes. Os grandes destaques são as nações do sudeste asiático e da África subsaariana.
Recuperação - No segundo grupo, os países sofreram com a crise, mas estão se recuperando a um ritmo razoável. Os EUA devem crescer um pouco menos de 2%, e só não avançam mais rápido porque o ajuste fiscal é muito agressivo no curto prazo.
Zona do euro - Na zona do euro, Lagarde destacou que muito foi feito para evitar o pior, como a implementação do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM), os passos para um único órgão de supervisão, o acordo que reduziu a dívida da Grécia e a nascente união bancária. Apesar disso, o atividade continua muito fraca, operando em “velocidade zero”, afirmou ela, lembrando que o FMI revisou recentemente de 0,6% para 0,3% o crescimento em 2013 da Alemanha – um dos países que estão em melhor forma. Para a zona do euro, a estimativa do FMI é de uma queda de 0,3% do PIB.
Dívida soberana - A questão da dívida soberana europeia parece ainda o maior risco para a economia global, segundo Lagarde. Ela destacou a importância de os países europeus fazer uma revisão da qualidade dos ativos bancários, fazendo uma limpeza do sistema bancário por meio da recapitalização, reestruturação e, em alguns casos, do fechamento de algumas instituições.
Agenda - Segundo ela, a zona do euro precisa de uma agenda que combine mais oportunidades de emprego, apoio à oferta de crédito e reformas nos mercados de trabalho. Para Lagarde, alguns países com espaço fiscal devem promover uma consolidação das contas públicas menos agressiva, como é o caso do Reino Unido. No caso da Espanha, que sofre com elevadas taxas de desemprego, ela considera bem vinda uma abordagem fiscal menos intensa no curto prazo.
Japão - Ao falar do Japão, Lagarde destacou que o país melhorou nos últimos meses, devido à combinação de estímulo monetário, fiscal e da depreciação de cerca de 20% do iene, em termos reais. “No primeiro trimestre, o Japão cresceu a um ritmo anualizado de 3,5%. Nós projetamos um crescimento de 1,6% neste ano”, disse ela, para quem, se essa trajetória continuar, o Japão vai passar do terceiro para o segundo grupo.
Política monetária - Segundo Lagarde, a política monetária certamente está na direção correta, com as medidas adotadas para atingir uma inflação de 2% em dois anos, com medidas que envolvem dobrar a base monetária. Há, porém, desafios especialmente na área fiscal, sendo necessária uma estratégia para reduzir no longo prazo a dívida pública, que hoje equivale a 245% do PIB, afirmou Lagarde, para quem é importante também reformas estruturais que melhorem a produtividade, com a abertura do setor de serviços e a agricultura, além de mais oportunidades de emprego para a população com mais idade e para mulheres.
Importante - Lagarde disse, por fim, considerar importante que os países desenvolvidos mantenham políticas monetárias acomodativas neste momento, embora os riscos das ações dos bancos centrais tendam a aumentar com o prolongado período de duração e com o aumento dos balanços dos BCs. Ela ressaltou a importância de uma estratégia de comunicação bem articulada por parte dos BCs, quando chegar o momento de adotar políticas menos expansionistas. Com isso, será possível evitar sobressaltos nos mercados fina nceiros, que podem ser causados pela redução do ritmo de compra de ativos, algo que se cogita que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode fazer ainda neste ano.
Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR
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