Brasil

FEE prevê redução do PIB gaúcho por causa da estiagem

Reflexos da seca sobre a economia ainda são desconhecidos


Publicado em: 14/03/2012 às 14:40hs

FEE prevê redução do PIB gaúcho por causa da estiagem

Após o Rio Grande do Sul registrar um crescimento do PIB de 5,7% no ano passado, conforme dados da Fundação de Economia e Estatística (FEE), superior ao brasileiro que ficou em 2,7%, para 2012 a perspectiva é de que haja uma inversão desse cenário, com um resultado do País superior ao estadual. Um dos fatores que indicam esse quadro é o impacto que a estiagem significará para os gaúchos.

A economista e pesquisadora da FEE Cecília Rutkoski Hoff comenta que é cedo para dimensionar o reflexo na economia do Rio Grande do Sul que causará a quebra da produção da agropecuária, porém um incremento menor do PIB é a maior probabilidade. “Há uma espécie de regra, empírica, de que toda vez que a agropecuária gaúcha cresce abaixo da nacional, o PIB do Estado aumenta menos do que o brasileiro também”, argumenta Cecília. Ela acrescenta que a economia nacional ensaia uma recuperação da indústria, por fatores como a expansão do crédito, redução da taxa de juros, aumento do salário-mínimo e investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

De acordo com a análise “Estiagem no RS: impactos e desafios”, assinada pelo economista e pesquisador da FEE Vanclei Zanin, como as condições climáticas favoráveis observadas no ano passado dificilmente se repetiriam, já era esperada uma redução na safra de 2012. No entanto, a estiagem fez com que a expectativa caísse ainda mais. Em 2011, arroz, feijão (primeira safra), milho e soja responderam por uma produção de aproximadamente 26,4 milhões de toneladas. A estimativa inicial da Emater-RS para 2012 era de uma produção de cerca de 23,8 milhões de toneladas e essa projeção, ao final de janeiro, baixou para em torno de 18,6 milhões de toneladas.

A comparação da estimativa inicial e a atual para este ano indica que a cultura do milho deve obter a maior quebra (41,89%), seguida da soja (22,33%), do arroz (7,30%) e do feijão (6,47%). Considerando-se o preço médio desses produtos na segunda semana de fevereiro de 2012, a perda em Valor Bruto da Produção seria de R$ 2,9 bilhões, distribuídos por soja, 55,24%; milho, 34,14%; arroz, 10,37%; e feijão, 0,25%.

Zanin defende que é necessário tomar medidas preventivas para evitar maiores prejuízos com as futuras estiagens. “O risco climático é inerente à atividade agropecuária”, ressalta o economista. Ele sugere opções como a implantação de uma infraestrutura de irrigação, incluindo fornecimento adequado de energia elétrica, construção de açudes, cisternas, poços, barragens e a diminuição da tributação e formas de financiamento que incentivem a irrigação.

Fonte: Jornal do Comércio

◄ Leia outras notícias