Dados divulgados pela Agência das Nações Unidas dedicada à Agricultura e Alimentação (FAO) apontam que as carnes foram, entre os alimentos e em valores reais, as que registraram menor evolução de preços de 2010 para 2011: 19,41% de variação, contra, por exemplo, 33,78% dos óleos e gorduras e 39,23% dos grãos – estes com o maior aumento de preços no ano. O Índice Geral da FAO (que inclui também açúcar e leite) apresentou incremento de 26,49% no ano.
A defasagem das carnes, porém, não é nova, mas histórica, conforme comprovam dados da FAO dos últimos 20 anos. Assim, nesse período, enquanto o Índice Geral praticamente dobrou (+96,97% de 1991 para 2011), o preço das carnes aumentou apenas 26%. Com isso distanciou-se enormemente do preço dos grãos e dos óleos e gorduras que, nesse espaço de tempo, aumentaram, respectivamente, 128% e 186%.
Vale notar que esse distanciamento ocorreu na última década e, mais especialmente, nos últimos cinco anos. Compare-se, a propósito, a situação de 2011 com aquela registrada em 2000-2001, ocasião em que os quatro índices apresentavam evolução muito similar de preços.