Publicado em: 18/03/2013 às 15:40hs
O aumento do poder aquisitivo da população, principalmente de países emergentes, como é o caso do BRIC (Brasil, índia, Rússia e China), mostra números de crescimentos muito atraentes para essas nações. O PIB melhora e as taxas de desenvolvimento interno ficam realmente satisfatórias. Conforme o diretor da Agroinvvesti Corretora de Passo Fundo (RS), Cleber Bordignon, tudo isso implica em uma condição de melhor consumo para o povo e a demanda por alimentos é alavancada.
“As exportações cresceram muito nos últimos anos. Para se ter uma ideia, o consumo chinês de soja (principal comprador mundial) deve atingir a casa dos 60 milhões de toneladas no ano de 2013. As compras do país crescem cerca de 3% ao ano”, salienta Bordignon.
Ele observa que o milho se tornou produto de exportação também no Brasil. “Antes apenas destinado ao mercado interno, agora tem papel fundamental no fornecimento mundial e na recomposição dos estoques”, argumenta destacando que até mesmo os Estados Unidos, que é o maior produtor mundial e que colhe mais de 300 milhões de toneladas, adquiriu o produto no Brasil. O Rio Grande do Sul exportará cerca de 30% do que for colhido.
“Trigo também deixou de abastecer apenas os moinhos locais e está sendo exportado na substituição da proteína para fabricação de rações em países europeus e africanos”, frisa.
Cenário no mercado internacional e posicionamento do Brasil
Bordignon explica que as frustrações seguidas de safras, principalmente Estados Unidos, que se pode observar a pior seca dos últimos 50 anos, Brasil, Austrália e Argentina, diminuíram os estoques em níveis críticos.
“Neste cenário, o mercado internacional segue bastante demandado e apesar da entrada da nova safra os preços não demonstram sinais de enfraquecimento. O Brasil passou a ser país fundamental na recomposição dos estoques. Estamos ultrapassando os Estados Unidos como maior produtor de soja e isso, nos dará o privilégio de conseguir alimentar diferentes povos das mais diversas nações. Já temos crédito suficiente e capacidade para atender os mais diversos mercados, porém muita coisa ainda precisa melhorar, entre as quais infraestrutura, logística e produtividade”, enfatiza o diretor.
Entraves da competitividade
O diretor afirma que o grande gargalo observado que influencia na competitividade externa do Brasil nas exportações resume-se a questões logísticas.
“A falta de escoamentos alternativos, entre eles transportes ferroviários e fluviais, torna a via rodoviária a detentora do único modo de mandar as commodities aos principais portos. A falta de caminhões é evidente e a disputa pelos mesmos diminui a margem de retorno final ao produtor. Questões referentes à armazenagem e a liberações de estudos genéticos que pudessem ajudar a melhorar a produtividade das lavouras também deixam o país amarrado”, descreve Bordignon.
Fonte: Diário da Manhã
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