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Dólar sobe frente ao real, impulsionado por expectativas sobre afrouxamento gradual do Fed

Movimentação da moeda norte-americana acompanha cenário internacional e espera por dados de inflação nos EUA


Publicado em: 09/09/2024 às 11:15hs

Dólar sobe frente ao real, impulsionado por expectativas sobre afrouxamento gradual do Fed

O dólar registrava alta frente ao real nesta segunda-feira, refletindo o fortalecimento da moeda norte-americana no mercado externo. Os investidores aguardam dados cruciais sobre a inflação nos Estados Unidos, enquanto monitoram a expectativa de um afrouxamento gradual da política monetária pelo Federal Reserve (Fed).

Às 9h45, o dólar à vista subia 0,82%, sendo cotado a R$ 5,6352 na venda. Já o contrato futuro do dólar na B3, com vencimento mais próximo, apresentava alta de 0,52%, alcançando R$ 5,645. Na sexta-feira, o dólar à vista havia encerrado o dia com uma alta de 0,30%, a R$ 5,5895.

Os mercados globais mostravam um movimento de valorização ampla da moeda dos Estados Unidos nesta manhã, impulsionados por dados mistos de emprego divulgados na semana anterior. Esses números reforçaram as expectativas de que o Fed optará por uma redução de 25 pontos-base nos juros na próxima reunião, marcada para este mês, descartando um corte maior, de 50 pontos-base.

Os dados de emprego, divulgados na sexta-feira, mostraram que a criação de vagas fora do setor agrícola nos EUA ficou abaixo das expectativas. No entanto, a queda na taxa de desemprego indicou que o mercado de trabalho está se moderando gradualmente, sem sinais de colapso. Esse cenário foi confirmado pelos comentários de autoridades do Fed, que interpretaram os números como um sinal de desaceleração econômica, mas sem risco iminente de recessão.

Embora, em teoria, uma redução nos juros do Fed possa enfraquecer o dólar ao reduzir a atratividade dos títulos do Tesouro norte-americano, a moeda vinha se recuperando após perdas recentes, apoiada pela percepção de que o banco central dos EUA será cauteloso em seu afrouxamento monetário.

"O ajuste nas expectativas para a trajetória dos juros, com a redução das apostas em um corte mais agressivo de 50 pontos-base pelo Fed, favorece uma leve alta nos rendimentos dos Treasuries e fortalece o dólar", explicou Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Os operadores atribuíam uma probabilidade de 75% de o Fed reduzir os juros em 25 pontos-base na reunião de 17 e 18 de setembro, com a expectativa de que o afrouxamento total até o final do ano chegue a 110 pontos-base.

Nesse contexto, o dólar avançava em relação a várias moedas fortes, e o índice do dólar, que mede o desempenho da divisa norte-americana frente a uma cesta de seis moedas globais, registrava alta de 0,39%, alcançando 101,590 pontos.

Nos mercados emergentes, o desempenho do dólar era misto. A valorização da moeda era moderada pela recuperação nos preços de commodities, como petróleo e minério de ferro, que beneficiam as moedas de países exportadores de matérias-primas. O dólar subia frente ao rand sul-africano, mas perdia força ante o peso mexicano e o peso colombiano.

Nesta semana, os mercados internacionais estarão focados na divulgação dos dados de inflação nos EUA, com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) previsto para quarta-feira e o Índice de Preços ao Produtor (PPI) agendado para quinta-feira.

No Brasil, os agentes financeiros também observam com atenção os próximos passos do Banco Central, que se reúne nos dias 17 e 18 de setembro. A expectativa é de um aumento de 25 pontos-base na taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano, em meio a preocupações com os recentes indicadores de inflação.

Mais cedo, o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou que os analistas do mercado ajustaram suas projeções para a Selic, prevendo agora que a taxa básica de juros terminará o ano em 11,25%, com aumentos de 0,25 ponto percentual nas três últimas reuniões do ano.

Fonte: Portal do Agronegócio

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