Brasil

Dólar sobe enquanto mercado aguarda novos dados de emprego nos EUA

Investidores também repercutem PIB brasileiro e pacote econômico do governo Lula


Publicado em: 04/12/2024 às 10:30hs

Dólar sobe enquanto mercado aguarda novos dados de emprego nos EUA

Nesta quarta-feira (4), o dólar opera em alta, com os investidores atentos à divulgação de novos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos. As informações podem fornecer mais sinais sobre o desempenho da economia norte-americana e influenciar as decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, em relação à política monetária.

No Brasil, os destaques econômicos incluem os dados da produção industrial e os desdobramentos do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, divulgado na terça-feira (3). Paralelamente, uma pesquisa da consultoria Quaest revelou que a reprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre agentes do mercado financeiro alcançou 90%.

Reação do mercado ao pacote econômico

A avaliação negativa surge após o anúncio de um pacote de corte de gastos do governo, com previsão de economia de R$ 70 bilhões até 2026. Contudo, o pacote foi apresentado em conjunto com uma proposta de isenção do imposto de renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil, o que pode aumentar as despesas públicas.

De acordo com a pesquisa, 58% dos agentes consideram as medidas "nada satisfatórias", enquanto 42% as avaliam como "pouco satisfatórias".

Cenário do dólar e do Ibovespa

Às 9h35, o dólar apresentava leve queda de 0,21%, sendo cotado a R$ 6,0684. No dia anterior, a moeda norte-americana havia encerrado a sessão com queda de 0,21%, a R$ 6,0558. Apesar da oscilação, o dólar acumula alta de 0,92% na semana e no mês, e de 24,80% no ano.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, iniciou as operações às 10h. Na véspera, o índice fechou em alta de 0,72%, aos 126.139 pontos, acumulando avanço de 0,38% na semana e no mês, mas com queda de 6,00% no ano.

Resultados do PIB e suas implicações

Os mercados ainda repercutem o crescimento de 0,9% no PIB brasileiro no terceiro trimestre, conforme divulgado pelo IBGE. O desempenho esteve em linha com as expectativas, embora represente uma desaceleração frente ao crescimento de 1,4% registrado no segundo trimestre.

O setor de serviços teve alta de 0,9%, enquanto a indústria avançou 0,6%. Esses resultados compensaram a queda de 0,9% na agropecuária. No consumo, as famílias registraram alta de 1,5%, o governo cresceu 0,8% e os investimentos subiram 2,1%.

Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, o resultado do PIB é positivo e pode levar a revisões para cima nas projeções de crescimento do país, superando 3%. No entanto, o avanço pode intensificar pressões inflacionárias e justificar a manutenção de taxas de juros elevadas pelo Banco Central.

“Com a revisão do crescimento de 2,9% para 3,2% em 2023, o Brasil demonstra um avanço acima de sua média estrutural, o que reforça a necessidade de uma política monetária restritiva no curto prazo”, afirma Cruz.

Fonte: Portal do Agronegócio

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