Publicado em: 02/12/2024 às 10:42hs
O dólar iniciou a segunda-feira (2) em alta, refletindo as incertezas do cenário fiscal brasileiro e a expectativa pelos novos dados econômicos previstos para esta semana. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registra queda, marcando um início de semana volátil nos mercados financeiros.
Na última sexta-feira (29), a moeda norte-americana fechou em alta de 0,19%, cotada a R$ 6,0005, o maior patamar nominal desde o Plano Real. O Ibovespa, por sua vez, avançou 0,85%, encerrando aos 125.668 pontos.
Por volta das 10h30 desta segunda, o dólar subia 0,65%, cotado a R$ 6,0369. Na máxima do dia, alcançou R$ 6,1156. No acumulado da semana passada, a moeda valorizou 3,21%, com alta mensal de 3,79% e ganho anual de expressivos 23,66%.
O Ibovespa, por outro lado, recuava 0,43%, negociado a 125.133 pontos. Na semana anterior, o índice acumulou queda de 2,68%, perdas de 3,12% no mês e recuo anual de 6,35%.
Os dados econômicos desta semana são o principal foco do mercado. No Brasil, a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre é aguardada com projeção de crescimento de 1,4%, acumulando alta de 3,3% no ano. Uma economia mais aquecida pode pressionar o Banco Central a elevar a taxa Selic, para conter possíveis avanços inflacionários, especialmente em um cenário de altos gastos públicos.
Nos Estados Unidos, as atenções se voltam para os dados do mercado de trabalho, que serão cruciais para determinar os próximos passos do Federal Reserve (Fed) em relação às taxas de juros, atualmente entre 4,50% e 4,75% ao ano. Um discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, está previsto para esta quarta-feira (4), o que aumenta a expectativa dos investidores.
Internamente, o mercado ainda avalia o pacote de cortes de gastos anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que prevê redução de R$ 70 bilhões em despesas públicas para 2025 e 2026, totalizando R$ 327 bilhões até 2030. Apesar de bem recebido inicialmente, o pacote gerou preocupações com a proposta de isenção de Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil, levantando dúvidas sobre sua eficácia.
Declarações recentes de Haddad e dos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, sobre o compromisso em aprovar as medidas ainda este ano contribuíram para amenizar parte das tensões no mercado.
Os próximos dias prometem volatilidade, com investidores atentos aos desdobramentos fiscais no Brasil e às decisões de política monetária nos Estados Unidos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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