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Dólar Se Valoriza com Pressões de Commodities e Recuperação do Iene

Moeda americana avança frente ao real, influenciada por flutuações nas commodities e alterações nas economias emergentes


Publicado em: 24/07/2024 às 11:20hs

Dólar Se Valoriza com Pressões de Commodities e Recuperação do Iene

Nesta quarta-feira, o dólar ampliava sua alta frente ao real, superando a marca de 5,60 reais, impulsionado por quedas nas commodities e a recuperação do iene, que afeta o apetite por moedas de mercados emergentes.

Às 9h48, o dólar à vista registrava uma alta de 0,89%, cotado a 5,6374 reais. Na B3, o contrato de dólar futuro com primeiro vencimento subia 0,82%, alcançando 5,6375 reais.

Na terça-feira, a moeda americana havia encerrado o dia cotada a 5,5875 reais, marcando uma elevação de 0,34%.

Nesta semana, duas principais forças têm pressionado as moedas emergentes: a valorização do iene frente ao dólar e o enfraquecimento das perspectivas econômicas da China, que afeta a demanda global por commodities.

O iene tem se valorizado frente ao dólar, impulsionado por especulações sobre uma possível intervenção cambial e uma possível elevação das taxas de juros pelo Banco do Japão na próxima semana. A valorização do iene e a expectativa de redução no diferencial de juros entre Japão e Estados Unidos têm levado investidores a reverterem operações de "carry trade", onde ativos são adquiridos em países com juros baixos e vendidos em mercados com juros mais altos. Isso resulta em uma fuga de capitais dos mercados emergentes para o Japão.

O dólar apresentava uma queda de 1,03% em relação ao iene, cotado a 153,97.

Além disso, a fraqueza dos preços das commodities tem impactado negativamente as economias emergentes. A desaceleração econômica na China, um grande importador de matérias-primas, tem pressionado os preços. O petróleo continua próximo das mínimas de seis semanas, e os contratos futuros de minério de ferro atingiram seu menor valor em mais de três meses.

Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, comentou: "Observamos uma queda nos preços internacionais de commodities, especialmente petróleo e minério de ferro, que são fundamentais para as exportações brasileiras. Essa redução nos preços prejudica o desempenho do real."

O dólar também se fortalecia frente ao peso mexicano, com uma alta de 1,1%, e avançava 0,6% contra o peso chileno.

Adicionalmente, o apetite por risco em outros ativos está diminuindo, com investidores reagindo a balanços corporativos decepcionantes nos Estados Unidos. Mattos observou: "O início da temporada de balanços nos Estados Unidos não tem sido positivo, o que diminui o otimismo dos investidores."

No cenário nacional, a atenção se volta para o Banco Central, com a palestra do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, às 10h, no evento Blockchain Rio 2024, no Rio de Janeiro. O mercado também acompanha a trajetória das contas públicas brasileiras, após o anúncio do governo de um corte de 15 bilhões de reais no Orçamento deste ano para atender às exigências do novo arcabouço fiscal.

Fonte: Portal do Agronegócio

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