Publicado em: 22/11/2024 às 11:00hs
O dólar segue em queda nesta sexta-feira (22), com investidores atentos a novos dados sobre o mercado de trabalho brasileiro e à iminente divulgação do pacote de corte de gastos pela equipe econômica do governo federal. A moeda norte-americana havia registrado alta de 0,75% no pregão anterior, sendo negociada a R$ 5,8109, enquanto o índice Ibovespa recuou 0,99%, fechando aos 126.922 pontos.
A principal expectativa do mercado é a divulgação do bloqueio de aproximadamente R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024, um movimento que, somado a outras medidas anteriores, representaria um contingenciamento total de R$ 17 bilhões. O anúncio do governo, aguardado com grande antecipação, deve ocorrer ainda hoje.
Em entrevista à GloboNews na manhã de quinta-feira (21), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, antecipou a medida, que foi confirmada mais tarde pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O pacote fiscal, que vem sendo esperado há quase um mês, tem o objetivo de tranquilizar o mercado quanto à saúde fiscal do Brasil. A expectativa é que os cortes ajudem o governo a controlar as contas públicas e a cumprir o arcabouço fiscal, um conjunto de regras que limita os gastos do país. A manutenção de um cenário fiscal equilibrado é vista positivamente pelos investidores, pois aumenta a confiança de que o Brasil conseguirá honrar suas dívidas.
Além da atenção voltada para as questões fiscais, o mercado também reagiu aos dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora a taxa de desemprego tenha registrado uma redução de 0,5 ponto percentual no terceiro trimestre, situando-se em 6,4%, o número de estados com queda na desocupação foi limitado a sete dos 27, o que indica uma recuperação ainda desigual do mercado de trabalho.
Às 09h40, o dólar operava com queda de 0,21%, sendo cotado a R$ 5,7989. No fechamento da véspera, a moeda havia subido 0,75%, acumulando uma baixa de 0,38% na semana e de 0,24% no mês, mas com um avanço significativo de 18,86% no ano.
O Ibovespa, que inicia os negócios às 10h, também se mantém atento aos desdobramentos fiscais. Na véspera, o índice registrou queda de 0,99%, acumulando perdas de 0,68% na semana, 2,15% no mês e 5,41% no ano.
A longa espera pelo pacote de cortes tem gerado especulações no mercado. Inicialmente, acreditava-se que as medidas seriam anunciadas logo após o segundo turno das eleições municipais, mas as negociações sobre os ministérios afetados pelos cortes prolongaram o processo. Em entrevista à Times Brasil CNBC no domingo (18), Haddad afirmou que o pacote já está "fechado" e será apresentado em breve. O ministro também destacou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, se comprometeu a aprovar as medidas ainda este ano.
A incerteza fiscal também tem influenciado a alta das taxas de juros mais longas. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na segunda-feira que o mercado financeiro está considerando a possibilidade de o governo não conseguir cumprir as metas do arcabouço fiscal, o que tem impactado as expectativas sobre a política monetária do país.
Fonte: Portal do Agronegócio
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