Publicado em: 04/09/2024 às 11:40hs
Nesta quarta-feira, o dólar manteve-se próximo da estabilidade em relação ao real, refletindo a divisão entre os investidores que ponderam os riscos externos e os fatores positivos internos que influenciam a moeda brasileira.
Às 10h43, o dólar à vista registrava uma alta marginal de 0,04%, cotado a R$ 5,6464 na venda. Na B3, o contrato futuro de dólar com primeiro vencimento apresentava uma leve queda de 0,08%, alcançando R$ 5,658 na venda.
Na terça-feira, o dólar à vista encerrou o dia com uma alta de 0,48%, fechando a R$ 5,6439.
Os mercados globais enfrentavam novas incertezas relacionadas à economia dos Estados Unidos, após a divulgação de um indicador do setor industrial norte-americano que ficou abaixo das expectativas. Este resultado acendeu preocupações sobre uma possível desaceleração econômica, o que contribuiu para uma onda de aversão ao risco e levou à queda dos principais índices de Wall Street. Essa aversão global resultou em uma busca por ativos mais seguros e, consequentemente, uma fuga de divisas emergentes.
O real, juntamente com outras moedas de mercados emergentes, estava sob pressão devido à queda nos preços das commodities, como minério de ferro e petróleo, que deterioraram as perspectivas para a economia da China, principal importador mundial de matérias-primas.
Marcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX Banco de Câmbio, observou: "Para a sessão de hoje, espera-se uma continuação do que ocorreu ontem, com aversão global a riscos ainda exacerbada pela queda acentuada do setor de tecnologia nos EUA."
Nesse contexto, a moeda americana avançava em relação a outras moedas emergentes, incluindo o peso mexicano, o peso chileno e o peso colombiano.
No âmbito nacional, o mercado ainda processava os dados positivos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, divulgados pelo IBGE na terça-feira. Os números mostraram um aquecimento da atividade econômica, o que elevou as expectativas de uma possível alta na taxa Selic ainda este mês.
Analistas destacaram que o crescimento de 1,4% do PIB no segundo trimestre em comparação ao trimestre anterior dá margem para que o Banco Central adote uma postura mais restritiva para controlar a inflação, que tem se desviado da meta de 3%.
Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos, comentou: "O PIB veio mais forte do que o esperado e intensificou as expectativas de um possível aumento na taxa de juros." Ele acrescentou: "A atividade econômica pode pressionar a inflação ainda mais, e o Banco Central pode reagir com um ciclo de alta."
Atualmente, os operadores estimam uma probabilidade de 76% para um aumento de 25 pontos-base na Selic, atualmente em 10,50% ao ano, durante a reunião do Copom deste mês.
As expectativas de alta na Selic, juntamente com a possibilidade de cortes de juros pelo Federal Reserve, podem aumentar o diferencial de juros entre Brasil e EUA, tornando o real mais atraente para investimentos. No entanto, nesta quarta-feira, esse fator só foi suficiente para compensar parcialmente as perdas que o real poderia estar acumulando devido à aversão ao risco no exterior.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana em relação a uma cesta de seis divisas, caiu 0,08%, alcançando 101,620.
Fonte: Portal do Agronegócio
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