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Dólar deve voltar à faixa de R$ 1,80 a R$ 1,90, projetam economistas

A taxa de câmbio, que atingiu R$ 2 nos últimos dias, deve voltar para algo em torno de R$ 1,80 e R$ 1,90 com base em fundamentos que definem a relação entre real e dólar


Publicado em: 21/05/2012 às 09:50hs

Dólar deve voltar à faixa de R$ 1,80 a R$ 1,90, projetam economistas

A taxa de câmbio, que atingiu R$ 2 nos últimos dias, deve voltar para algo em torno de R$ 1,80 e R$ 1,90 com base em fundamentos que definem a relação entre real e dólar, avaliaram nesta quinta-feira (17/05) o diretor do departamento de estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, e o economista-chefe do banco J. Safra, Carlos Kawall. Já para Michal Gartenkraut, sócio da Rosenberg & Associados, é mais provável um patamar entre R$ 1,85 e R$ 1,95.
 
Segundo Octavio de Barros, três elementos devem permitir a volta do real a um patamar menos depreciado. O primeiro deles é uma diminuição da aversão ao risco, se houver algum equacionamento da crise externa, principalmente da situação da Grécia e da Espanha. "O real se aprecia com qualquer boa notícia no mundo", disse, durante palestra sobre os desafios da economia brasileira, promovida pelo Internews, em São Paulo.
 
Os outros dois fatores que podem ajudar a conter a desvalorização do câmbio, segundo o economista-chefe do Bradesco, são sinais mais claros de retomada da atividade econômica doméstica e o esgotamento do ciclo de redução da taxa de juros. "Quando os juros pararem de cair e quando houver retomada da economia de forma mais explícita, dentro de um ambiente internacional menos tenso, provavelmente o real volta a se apreciar", concluiu Barros, que considerou uma faixa entre R$ 1,80 e 1,90.
 
Durante sua palestra, Kawall apontou que a taxa atual de câmbio veio na esteira da depreciação de várias moedas contra o dólar, com destaque para o euro, e projetou que a moeda americana irá encerrar o ano cotada a R$ 1,85, embora o primeiro semestre deva ser marcado por patamares um pouco maiores. "No ano que vem, concordo com algo entre R$ 1,80 e R$ 1,90", disse.
 
Já para Gartenkraut, da Rosenberg, o real não tem tanto espaço assim para se apreciar. Ele concordou que a atual taxa de câmbio de R$ 2 é causada por um "nervosismo pontual" nos mercados e subiu "pela razão errada". Ponderou, no entanto, que há vários fatores que impedem uma valorização maior do real, sendo o principal deles a resolução do Banco Central de não deixar a taxa de câmbio cair abaixo de certo patamar. Em sua opinião, essa faixa oscila entre R$ 1,85 e R$ 1,95.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR

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