Publicado em: 14/05/2012 às 18:10hs
As exportadoras brasileiras sentiram os efeitos da crise global no primeiro trimestre. É o que mostram os balanços financeiros divulgados nas últimas semanas. A seleção dos resultados feita pela Folha mostra que a retração nas exportações atinge diferentes setores. De mineração a alimentos, houve queda ante o quarto trimestre de 2011. O quadro revela também que as menores exportações afetaram a receita total, embora as vendas no Brasil, em alta, compensem parcialmente a queda lá fora.
Demanda fraca
Cada empresa tem uma explicação para a piora. Mas é difícil não ligar as perdas à demanda mais fraca, provocada pela recessão na Europa e pela desaceleração da China. "A crise afetou todos os setores ante o trimestre anterior", diz Pedro Galdi, analista chefe da corretora SLW. O presidente em exercício da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, diz que os números refletem a queda nos volumes exportados. "Os preços ainda estão, em sua maioria, estáveis. Mas, se houver qualquer imprevisto na China, eles cairão, mudando o cenário para a balança comercial", diz Castro, que estima um recuo de 7% nas exportações deste ano.
Minério de ferro
O efeito da menor demanda sobre os preços já chegou. As intensas chuvas no início deste ano no país paralisaram minas e diminuíram o volume de vendas de minério de ferro. Mas a queda no preço do produto foi fundamental para a piora na receita. O valor médio de venda da tonelada de minério pela Vale e pela CSN caiu 9% em relação ao quarto trimestre de 2011.
Mercado do frango
A BRF-Brasil Foods atribui a queda de suas exportações a fatores isolados, como os efeitos da primavera árabe no Oriente Médio e maiores estoques no Japão. "Não sentimos queda no consumo porque vendemos carne de frango, que é mais resistente ao desemprego e à queda na renda", afirma Leopoldo Saboya, diretor Financeiro da empresa. A petroquímica Braskem admitiu que a queda na demanda no mercado internacional influenciou o resultado do primeiro trimestre.
Fonte: Folha de São Paulo
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