A queda nos preços de produtos como carnes, café e açúcar restringiram o crescimento das exportações do agro brasileiro em 2012. De janeiro a novembro, o País embarcou para o exterior US$ 88,65 bilhões em produtos do agro, 1% acima do mesmo período de 2011. Se de um lado a soja e o milho contribuíram com grande crescimento no valor exportado (11,1% e 87,3%, respectivamente), por outro houve fortes quedas em produtos relevantes, especialmente no café (25,9%) e no açúcar (10,5%).

O principal motivo para a queda nos valores exportados foi uma redução nos preços médios dos produtos. Dos 10 principais grupos da pauta de exportação do agro, apenas dois tiveram alta nos preços neste ano: complexo soja e suco de laranja. Nos outros oito (carnes, complexo sucroalcooleiro, complexo florestal, café, fumo, couros, milho e algodão), os preços caíram.

As exportações só não caíram porque seis dos dez grupos conseguiram ampliar o volume exportado, ainda que, em alguns casos a preços mais baixos: complexo soja, carnes, fumo, couros, milho e algodão. Os números detalhados da balança comercial do agronegócio, consolidados por grupo de produtos, foram divulgados nesta terça-feira (18) pelo Ministério da Agricultura.

Em sua projeção de balança comercial brasileira em 2013, também divulgada nesta terça-feira, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) constata que a crise europeia afetou as cotações internacionais das principais commodities em 2012. “Em 2012, esse quadro já se influenciou negativamente as principais commodities exportadas, mais no aspecto preço do que na quantidade, sendo dos males o menor para o Brasil”, afirma a entidade.

Mas, em 2013, a AEB acredita que algumas commodities poderão sofrer reduções no volume de exportações. “Quedas de cotação estão previstas para ocorrer em açúcar, café e etanol”, diz a nota. Em 2012, os preços médios desses três produtos já caíram 4,2%, 10,9% e 3,5%, respectivamente, segundo o Ministério da Agricultura

A própria AEB espera, no entanto, que ocorra elevação de preços e de volumes exportados do complexo soja, “compensando quedas de cotação ou de volume de outros produtos”. Na projeção da entidade, o Brasil deverá exportar em 2013 US$ 239,69 bilhões, uma ligeira redução de 1,1% sobre o valor estimado para 2012. Já as importações deverão atingir US$ 225,07 bilhões, praticamente estáveis (alta de 0,4%). Com isso, o superávit comercial projetado seria de US$ 14,62 bilhões, uma queda de 20%.