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CÂMBIO: Dólar bate nova máxima em mais de 4 anos

A moeda americana subiu ante o real nesta segunda-feira (05/08) e renovou a máxima de fechamento em mais de quatro anos


Publicado em: 06/08/2013 às 20:00hs

CÂMBIO: Dólar bate nova máxima em mais de 4 anos

O dólar comercial avançou 0,66%, para R$ 2,303. É o maior nível de encerramento desde 31 de março de 2009, quando fechou a R$ 2,318. A Ptax, taxa de câmbio que serve de referência, entre outras coisas, para a liquidação de derivativos cambiais, terminou em alta de 0,34%, a R$ 2,301. Saídas de recursos pela conta financeira combinadas com aumento de posições compradas (que ganham com a alta da moeda) de estrangeiros no mercado futuro resultaram na valorização do dólar, movimento que levou o real a registrar o pior desempenho ante a moeda americana considerando as principais divisas.

Fluxo - O profissional da mesa de câmbio de um grande banco nacional notou um fluxo "ligeiramente" positivo vindo de exportadores, mas insuficiente para compensar as saídas pela conta financeira. "A taxa de R$ 2,30 é atrativa, mas se o exportador acha que vai subir mais, simplesmente prefere não fechar o câmbio ou fecha só aquilo que não dá para esperar."

BC - Com baixa volatilidade, o Banco Central (BC) se manteve "fora" do mercado. A autoridade monetária não anunciou leilões de oferta de swap cambial, depois de ter vendido US$ 1,75 bilhão na sexta-feira (02/08). Profissionais avaliam que o mercado segue sem estímulo para vender dólares ou interromper o aumento das posições compradas. Segundo dados da BM&F, os estrangeiros ampliaram entre quinta e sexta sua posição comprada em dólar a US$ 13,65 bilhões, considerando contratos de dólar futuro e cupom cambial da BM&F. É o maior nível desde 3 de março de 2009 (US$ 13,97 bilhões).

Carregamento - Essa elevada posição comprada em dólar, contudo, esbarra no alto custo de carregamento, devido ao diferencial de juros amplamente favorável ao Brasil. Para o especialista em câmbio da Icap Brasil, Italo Abucater, no caso de a volatilidade do mercado continuar baixa nos próximos dias, esse custo pode começar a pesar e estimular uma realização de lucros. "Esse movimento provocaria uma queda do dólar", diz Abucater, ressalvando, entretanto, que a desvalorização tenderia a ser pontual. "Seria apenas por uma questão técnica mesmo e, prevendo que a queda não duraria muito, o mercado se apressaria para comprar. Não tem nada no horizonte que leve a uma reversão dessa tendência", diz o profissional.

 Investidores institucionais  - Ainda na BM&F, os investidores institucionais também seguem na ponta comprada na moeda americana, com posições de US$ 15,62 bilhões. Já os bancos estão na outra "mão", com posições vendidas em dólar de US$ 30,76 bilhões. Já no mercado à vista, os bancos estão comprados em pouco mais de US$ 1 bilhão, estimativa feita com base no fluxo cambial até 26 de julho e a posição de câmbio dos bancos ao fim de junho. Apesar de os bancos ainda disporem desse "colchão", mês a mês ele vem se reduzindo. No fim de maio, essa "reserva" estava em US$ 5,408 bilhões e caiu a US$ 3,063 bilhões no fim de junho.

 Risco  - O risco é que, caso o fluxo continue negativo, os bancos precisem assumir posições vendidas também no mercado à vista, cenário que obrigaria as instituições a tomarem linhas externas ou o BC a prover esses dólares. Para Abucater, a expectativa é que, no cenário atual, o BC seja o provedor de moeda e realize leilões de linhas de dólares. A última vez em que houve leilões desse tipo foi em junho, quando o BC injetou no mercado US$ 1,707 bilhão com compromisso de recompra.

Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR

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