Clima e falta de investimento foram os principais responsáveis pelo baixo desempenho da agricultura, especialmente com a queda de 11% na produção de soja no Brasil, no Produto Interno Bruto (PIB), conforme análise do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) Glauber Silveira. Os números do PIB no 1º trimestre foram divulgados nessa sexta-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o presidente da Aprosoja Brasil, mesmo com a queda da agropecuária em 7,3%, nos três primeiros meses de 2012, o setor ainda é um dos principais responsáveis pelo superávit da balança comercial brasileira.

“Tivemos um problema sério no Sul do país com uma quebra de 50% na safra do Rio Grande do Sul. O Brasil esperava produzir entre 75 e 77 milhões de toneladas de soja, e produziu 65 milhões, uma queda de 10 milhões de toneladas. Mas é importante salientar que, apesar da queda, a agricultura ainda é um dos fatores que mais contribuem como superávit da balança comercial. O setor exportou muito mais que importou, e foi responsável por mais de 25% do superávit”, afirma o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira.

Otimista, Silveira aponta que para o segundo semestre os números serão melhores com a safra de algodão e a segunda safra de milho. “Vamos conseguir recuperar. No entanto, no segmento soja esperamos no próximo ano investir mais e crescer. A falta de investimento também tem prejudicado o setor. Estamos perdendo investimentos estrangeiros em logística, na agricultura por falta de segurança jurídica no Brasil, falta do direcionamento positivo do próprio governo brasileiro, o que está prejudicando não apenas a agricultura, mas o país”, alerta o dirigente.

Glauber destaca que nos últimos cinco anos o país vinha produzindo mais que nesse ano e que a agricultura está crescendo, porém, mas não de acordo com o que deveria. “O Brasil está fazendo pouco investimento em novos canais de escoamento como hidrovia, ferrovia e isso está custando caro. A agricultura está crescendo devagar. Sem dúvida poderíamos estar produzindo 200 milhões de toneladas e produziu 160 milhões, enquanto isso governo comemorava achando que chegaria a 180 milhões de toneladas. Vemos que falta prioridade do governo no investimento na logística, o que fica caro para todo mundo”, afirma o presidente.