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BID: Reformas estruturais podem ajudar AL a crescer 6%

O crescimento econômico médio da América Latina e do Caribe (ALC) pode ser duas vezes maior, chegando a 6% ao ano nos próximos anos, se o grupo de países que compõe a região se dispuser a promover reformas estruturais necessárias, calcadas em equilíbrio fiscal, mudanças nos mercados de trabalho e investimento em infraestrutura


Publicado em: 19/03/2013 às 09:40hs

BID: Reformas estruturais podem ajudar AL a crescer 6%

Crescimento mundial - Isso, a despeito de o crescimento mundial se manter abaixo do seu potencial no período. Essa é a principal conclusão do "Rethinking Reforms", relatório macroeconômico de 2013, divulgado há pouco pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em sua Reunião Anual de Governadores, no Panamá.

Especificidade - Sem as reformas, que devem ser feitas de acordo com a especificidade de cada país, a região - puxada por um crescimento mais lento do comércio mundial e por um declínio nos preços das commodities que deve enfraquecer o consumo e o investimento - deve crescer apenas 3,9% ao ano nos próximos cinco anos, quase um ponto percentual abaixo dos 4,8% registrados antes da crise econômica de 2008, diz o documento.

Produtividade mais alta - O relatório ressalta que se os países da região aumentassem a eficiência da utilização de seus recursos para o nível da eficiência dos EUA durante dez anos, a produtividade seria 20% mais alta e o crescimento aumentaria pelo menos mais 1% ao ano durante a década. Se adotadas, diz o documento, algumas medidas podem encurtar esse caminho.

Espaço fiscal - Para o BID, a redução do espaço fiscal como consequência do aumento do gasto público e margens menores disponíveis da política monetária, aconselham reequilibrar o protagonismo das políticas anticíclicas. “Mesmo que haja margem para políticas fiscais anticíclicas, os países deveriam controlar seus gastos, uma vez que o espaço fiscal também diminuiu”, disse Santiago Levy, vice-presidente de setores e conhecimento do BID, em relatório.

Choque externo - “Não se trata agora de usar políticas fiscais e monetárias para se contrapor um choque externo. A região superou os efeitos da crise global. Agora se trata de fazer o crescimento da região alcançar o seu potencial”, disse José Juan Ruiz, economista chefe do BID, também em relatório.

Áreas-chave - Além da política fiscal, o documento centra o foco em outras duas áreas-chave que têm potencial expressivo de produzir impacto sobre a produtividade e o crescimento: reforma dos mercados de trabalho nos quais as taxas de informalidade são elevadas - na região, a taxa média chega a 56% -, e investimento em infraestrutura.

 Formalização de empresas  - De acordo com o relatório, as medidas para combater a informalidade e incentivar a formalização de empresas poderiam levar ao estabelecimento de empresas maiores, mais eficientes, com menor rotatividade de funcionários, melhor capacitação dos trabalhadores e mais acesso ao crédito. Os aumentos de produtividade resultantes desembocariam em maior crescimento econômico.

 Infraestrutura  - Os investimentos em infraestrutura complementam o cenário propício para mais crescimento. Segundo o documento, a região dedica apenas 2,5% do PIB a investimento em infraestrutura e, se essa porcentagem fosse dobrada, o crescimento anual poderia aumentar até 2%.

 Poupança  - Na avaliação do BID, o aumento do investimento requer mais poupança de longo prazo e um marco regulatório que atraia o setor privado. O diagnóstico é que os níveis atuais de poupança na região estão paralisados, próximo aos 18% do PIB vistos em países como o Brasil. Em contraposição, na Ásia emergente esse número é quase o dobro.

 Reforma tributária  - "Os países precisam promover a poupança em moeda local fazendo reforma tributária, nos sistemas de aposentadorias e de previdência social. Ao mesmo tempo, os países devem trabalhar para melhorar as regulações e as instituições, a fim de atrair mais investimentos", diz a equipe do banco no documento, reconhecendo a importância das Parcerias Público-Privadas (PPPs). As reformas educacional e tributária complementam o quadro.

 Estímulo geral  - Segundo a equipe de macroeconomia do BID, usando um modelo com dados de 14 países da região, se todos os países levassem adiante um esforço de reformas para induzir o crescimento, haveria um estímulo geral considerável. "Se um país típico pudesse alcançar um aumento próximo a 1,5% no crescimento anual por meio de suas próprias reformas, iniciativas de reformas empreendidas na região inteira poderiam ampliar esse aumento para até 2,3%, devido ao comércio e outras interações. Com isto, a projeção de crescimento da região poderia ultrapassar a 6%, taxa um pouco mais alta que as projetadas para os países do Sudeste Asiático nos próximos anos", diz a equipe.

Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA OCEPAR/SESCOOP-PR

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