Publicado em: 05/11/2012 às 13:10hs
A economia global permanece com altos níveis de incerteza política e econômica, pesando na atividade dos países. Além disso, a necessidade de equilibrar as finanças sugere que o crescimento continuará abaixo dos níveis pré-crise por algum tempo, principalmente na Europa.
Diante desta situação, o relatório elaborado pela equipe de análise do Deutsche Bank aponta que, apesar do apoio e das medidas dos países para incentivar a economia, a recuperação mundial continua a decepcionar, gerando cautela em relação ao segundo semestre deste ano.
"Nós não esperamos uma forte retomada no segundo semestre. Entre os motivos está a piora da crise financeira na Zona do Euro, o impasse nas eleições presidenciais nos Estados Unidos e dados que mostram a desaceleração na China", afirmam os analistas.
Com este panorama, a equipe reduziu a projeção de crescimento global neste ano de 3,5%, apontado em abril, para 3,1% em julho. Para os Estados Unidos, a queda passou de 2,7% para 2%.
A questão da política fiscal do país, afirmada como "insustentável" por Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, é uma das maiores contribuições para a redução do Produto Interno Bruto (PIB) americano. Além disso, a possível elevação do teto da dívida, como ocorreu em agosto do ano passado, também ajudou na diminuição.
Para a Zona do Euro, a situação é ainda pior. A projeção de crescimento negativo foi acentuada, passando de -0,2% para -0,5%, por causa dos últimos dados ruins sobre a economia e tensões bancárias. Para os países emergentes, a projeção do PIB em 2012 é de alta de 5,1%.
Na Europa, apesar do resultado favorável nas eleições na Grécia em junho, acontecimentos recentes mostram a necessidade de passos fortalecidos dos líderes políticos, assim como uma posição mais firme do Banco Central Europeu (BC) para casos mais graves nos mercados. "Enquanto isso não acontecer, a recuperação econômica vai atrasar", mostra o relatório.
Brasil
A situação brasileira é um pouco melhor. "Após reduzirmos o PIB do Brasil para este ano durante o segundo trimestre, de 3,1% para 1,7%, estamos começando a ver sinais de recuperação econômica para o segundo semestre, com a projeção de avanço de 2,4%", aponta a equipe de pesquisa do banco americano JP Morgan.
Segundo o relatório dos analistas, a revisão do crescimento tinha sido rebaixada porque as políticas de incentivo, implementadas pelo governo desde 2011, não surtiram o efeito esperado.
Além disso, questões de infraestrutura, educação e o desemprego limitam o desempenho.
No entanto, a melhora da economia brasileira no segundo semestre, de acordo com o banco, virá por causa da política monetária adotada pelo governo, com a redução da taxa Selic, que atualmente está em 8% ao ano.
A equipe observa ainda que o consumo das famílias deverá permanecer acima da média, impulsionado pela inflação relativamente baixa, sustentará o crescimento. Além disso, o desemprego encontra-se em níveis historicamente baixos.
Fonte: Brasil Econômico
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