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Alta de combustível impede recuo maior do IGP-10 em fevereiro, diz FGV

A desaceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) entre janeiro e fevereiro - de 0,34% para 0,05% - foi determinante para a redução no ritmo de expansão do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10), que, no mesmo período, foi de 0,42% para 0,29%


Publicado em: 18/02/2013 às 10:30hs

Alta de combustível impede recuo maior do IGP-10 em fevereiro, diz FGV

A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

"Foi uma desaceleração importante e muito em função dos produtos agropecuários, matérias-primas brutas, como soja e milho", disse Quadros, nesta sexta-feira. O IPA tem peso de 60% no IGP-10.

Dentro do IPA, no grupo matérias-primas brutas, as principais quedas observadas na passagem de janeiro para fevereiro foram em soja (de -4,49% para -13,39%), aves (de 6,38% para -1,21%) e milho (0,63% para -3,07%).

Quadros disse que a desaceleração do IPA só não foi maior em razão dos reajustes nos preços dos combustíveis, anunciados no fim de janeiro. No IPA, a gasolina subiu 4,35% em fevereiro na comparação com o mês anterior, ao passo que, no mesmo período, o diesel teve alta de 3,57%. Em janeiro, ambos os combustíveis estavam com preços estáveis.

"O IGP-10 de fevereiro captou dois terços do reajuste da gasolina e do diesel. O restante será visto na próxima leitura do indicador", afirmou o especialista da FGV.

Consumidor

Assim como o IPA, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com 30% de peso no IGP-10, desacelerou entre janeiro e fevereiro, de 0,76% para 0,74%. Três das oito classes de despesas componentes do índice tiveram desaceleração entre janeiro e fevereiro.

É o caso de habitação (de 0,27% para -0,93%), saúde e cuidados pessoais (de 0,52% para 0,37%) e vestuário (de 0,40% para 0,25%).

No grupo habitação, pesou a redução no item tarifa de eletricidade residencial, que caiu 10,65% em fevereiro, depois de recuar 0,01% em janeiro.

"Esse resultado captou cerca de 60% da redução da tarifa de energia elétrica. Ainda veremos os outros 40% em março. Esse impacto, que ainda está por vir, será mais forte que o da gasolina", afirmou Quadros, explicando que o IPC apurou que a gasolina subiu 1,59% em fevereiro ante o mês anterior, o equivalente a dois terços do total do impacto do reajuste do combustível.

"Então, a gasolina impactará o IGP-10 em mais 30%, uma repercussão menor que a da energia elétrica, cujo efeito deflacionário será maior", completou.

Por outro lado, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,84% em fevereiro, após alta de 0,16% em janeiro. O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços subiu 0,59% em fevereiro ante avanço de 0,29% em janeiro. Já o custo da mão de obra teve alta de 1,08% em fevereiro, após subir 0,05% em janeiro.

Fonte: Idea Online

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