Brasil

Agro expande exportações sem comprometer abastecimento interno

Produção cresceu mais que o consumo e que a população, aponta artigo


Publicado em: 13/09/2012 às 07:35hs

Agro expande exportações sem comprometer abastecimento interno

O Brasil conseguiu expandir suas exportações agropecuárias na última década sem prejudicar o abastecimento interno de alimentos, aponta um levantamento de pesquisadores de Economia da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Jaboticabal.

No artigo “A importância do Brasil como exportador de produtos e tecnologias agropecuárias”, José Baccarin, Maria Inêz Martins e Sany Aleixo mostram que a produção dos principais itens agrícolas de exportação do País cresceu mais rápido do que o consumo interno de alimentos. “Isso significa que o Brasil conseguiu gerar excedentes exportáveis”, explica Baccarin.

Entre os anos de 2000 e 2010, o consumo alimentar cresceu 35%, menos do que aumentou a produção de trigo, carne suína, carne de frango, carne bovina, soja, açúcar, milho, leite, café e ovos. Entre os produtos mais importantes na mesa do brasileiro, apenas feijão, mandioca e arroz cresceram menos do que o consumo alimentar. Ainda assim, esses três produtos tiveram aumentos de produção superiores ao crescimento da população no período, que foi de 12%. “A demanda por feijão, mandioca e arroz recua conforme a renda da população aumenta, pois esses alimentos são substituídos na dieta”, diz Baccarin.



Nesse mesmo período, a exportação brasileira de todos esses principais itens cresceu acima da média mundial, de 15% de aumento. O resultado, segundo os autores, foi o crescimento da participação no mercado mundial de alimentos, sem aumentar a pressão sobre as reservas naturais do País nem comprometer o abastecimento interno. “Nos últimos 20 anos, o Brasil dobrou sua participação nas exportações agrícolas mundiais, de 2,6% para 5,2%”, diz Baccarin.

O crescimento da produção é creditado ao aumento da produtividade do agro brasileiro. Segundo levantamento dos pesquisadores, a produtividade cresceu em média 4,5% ao ano no Brasil nos últimos 22 anos, quase o dobro da média mundial, de 2,5%. “Algumas das conclusões a que chegamos é que a expansão da produção agropecuária foi baseada na adoção de tecnologia e que o crescimento das exportações não tem comprometido o abastecimento interno”, constata Baccarin, professor da Unesp.

O artigo foi publicado em 2011 na França, em um livro da Sociedade Francesa de Estratégia sobre o Brasil, como parte de uma série sobre os países emergentes. Com a alteração de alguns textos, o livro agora será publicado no Brasil pela Editora Unesp.

Fonte: Sou Agro

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