A alta rentabilidade da cultura cobriu-lhes os prejuízos causados por uma seca que afetou a colheita da soja, no início deste ano.

Na temporada atual, dos 500 hectares irrigados de sua propriedade, 40% foram destinados ao cafezal. "Em termos de área, o café não é tão expressivo, mas, em receita, movimenta muito", disse Zirlene, que está plantando 200 hectares do grão e deve faturar, com isso, cerca de R$ 2 milhões.

A exemplo do casal, o sucesso financeiro da cafeicultura acontece em larga escala no País, refletindo-se no resultado positivo - embora fraco -, assegurado pelo setor agropecuário, da economia brasileira no terceiro trimestre.

A produção recorde de café e, também, de milho garantiu que o Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário crescesse 3,6%, entre julho e setembro, no Brasil, mantendo uma recuperação já averiguada no trimestre anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com os meses de abril a junho, o crescimento da riqueza do setor foi de 2,5%. Este índice impediu um declínio do PIB geral do País no terceiro trimestre, quando a economia cresceu 0,6%, ante expectativa de 1%.
Esse fraco desempenho gerou risco ao cargo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, indica a professora Monica Baumgarten, da PUC-RJ, para quem o PIB tem boas chances de crescer 1% no resultado anual. Para ela, é possível que o governo opte por um novo ministro da Fazenda no início de 2013. "A presidente Dilma Rousseff não vai entregar uma expansão média menor do que a de FHC [2,7%]", afirmou.