Publicado em: 15/07/2010 às 10:41hs
No entanto, alguns gargalos ainda atormentam a vida dos empreendedores. O economista-chefe da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Flávio castelo Branco, cita como principais entraves o câmbio desfavorável, a partir da queda no valor do dólar frente ao real, a alta carga de imposto que incide nas operações de vendas internacionais, o acesso restrito ao crédito para pequenas e médias empresas, a burocracia, e a falta de acordos comerciais que beneficiem diretamente os negócios de menor porte.
A questão cambial tem perturbado a vida dos exportadores desde o segundo semestre do ano passado. Desde então, a moeda americana tem ficado abaixo dos R$ 2 (ontem, a cotação do dólar foi de R$ 1,76). “Como o exportador custeia suas operações em real, mas recebe em dólar, o câmbio nacional valorizado faz com que a margem de lucro fique menor. E com isso diminui a competitividade das empresas”, explica Castelo Branco. Quanto às linhas de financiamento, o economista cita que apenas 17% das empresas brasileiras que atuam no mercado internacional conseguiram alguma linha de crédito para suas atividades.
“E não é só. O Brasil é citado como um dos piores países no ranking das nações com maior eficiência na legalização das operações de exportação”, afirma. No quesito de acordos comerciais, Castelo Branco explica que as reuniões na Organização Mundial do Comércio (OMC) não têm trazido ganhos para empresários brasileiros – como a redução de barreiras protecionistas, por exemplo. “Nesses momentos é preciso ousar. E uma saída é firmar acordos regionais (na América do Sul e na América Latina) ou bilaterais (exclusivamente com outro país). México e China possuem vários desses acordos”, comenta.
1ª EXPORTAÇÃO
Ontem, na cerimônia de abertura do Encomex, foi anunciada a reedição do programa Primeira Exportação em Pernambuco. O projeto do MDIC consiste em capacitar as empresas para que possam lançar seus produtos no mercado internacional e, com isso, conquistar terreno no mercado interno, a partir do aperfeiçoamento dos artigos. O programa funciona com a participação de estudantes universitários. Contratados como estagiários pelas participantes, eles devem atuar primeiramente no diagnóstico das finanças, operações e vendas dos pequenos negócios.
Além de Pernambuco, o programa foi relançado em Santa Catarina, São Paulo e Paraná. E já funciona no Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Goiás e Minas Gerais.
Fonte: Jornal do Commercio
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