Publicado em: 24/09/2013 às 09:40hs
A metodologia já foi utilizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em mais de vinte municípios. É também empregada em assentamentos de reforma agrária, por meio de convênio com o Incra.
Maurício Fernandes, coordenador técnico da Emater-MG, explica que os objetivos do estudo são identificar e caracterizar o espaço geográfico dos municípios, tendo como base a integração e interação dos componentes biofísicos dos ecossistemas e suas respectivas potencialidades.
Isso significa, em resumo, que por meio da observação de elementos como o solo, o relevo, o clima e os recursos hídricos de uma área, é possível apontar as potencialidades e limitações para diversas atividades econômicas, como agropecuária, turismo e mineração. Ao mesmo tempo, são identificadas as áreas para recuperação e preservação ambiental e aquelas com maior risco de degradação ambiental.
"A caracterização de ecossistemas é essencial para a elaboração de políticas públicas e privadas voltadas para o desenvolvimento sustentável, pois auxilia os administradores a identificar as limitações, as potencialidades e as alternativas econômicas de seus ecossistemas", destaca Maurício Fernandes.
O próximo estudo será em Frutal, que, por seu grande potencial hídrico é considerada "Cidade das Águas" pela Unesco, órgão das Nacões Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. O municípío fica na bacia do Rio Grande, no Triângulo Mineiro, e destaca-se pela barragem para geração de energia, além da forte produção agrícola.
TURISMO RURAL
Diamantina foi o primeiro município a receber o estudo, em 2000. Lá, foi demonstrada a viabilidade da implantação de hortas para abastecimento local, em função do tipo de solo e do relevo. Também são comuns as recomendações para maior desenvolvimento do turismo rural e ecológico, especialmente nos municípios com grandes áreas de preservação e recuperação ambiental.
Una das vantagens desse estudo é ser de fácil entendimento para qualquer pessoa, pois além de documento descritivo, é composto de mapas, fotos, folder e cartaz. Sua apresentação é feita em audiência pública, com amplo acesso da comunidade. De acordo com Maurício Fernandes, coordenador da Emater-MG, o custo estimado de uma caracterização de ecossistemas é de R$ 70 mil.
O período de estudo e preparação do documento final leva aproximadamente seis meses, de acordo com Maurício Fernandes, da Emater-MG. "O trabalho é conduzido por equipe multidisciplinar, com apoio de ferramentas como as imagens de satélite, além do apoio das equipes de campo da Emater-MG", explica o coordenador.
A caracterização de ecossistemas também serve como base do desenvolvimento industrial dos municípíos, uma vez que indica as fragilidades em termos de infraestrutura, como o abastecimento de água precário em algumas áreas. Uma das constatações do estudo foi o grande crescimento populacional de Betim, de cerca de 8% ao ano, o que preocupa pela necessidade de racionalização da utilização dos recursos disponíveis, principalmente com a ausência de mananciais de água no próprio município. A captação de água é feita no manancial de Várzea das Flores, em Contagem.
Além de já ter elaborado estudos de caracterização de ecossistemas para mais de 20 municípios, a Emater-MG já realizou o trabalho no Museu do Inhotim, em Brumadinho, e tem convênio firmado com o Incra, para trabalhos realizados nos assentamentos de reforma agrária. O coordenador Maurício Fernandes ressalta que as prefeituras interessadas em ter um estudo em seus municípios podem entrar em contato com os escritórios locais da Emater-MG.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Emater-MG
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