Publicado em: 30/08/2024 às 10:00hs
O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) oferece orientações para a produção de alimentos orgânicos e convencionais no mesmo local de fabricação. Conforme permitido pelo Decreto Federal 6.323/2007, que regulamenta a agricultura orgânica no Brasil, é viável realizar a produção paralela, desde que haja uma clara separação entre os processos produtivos e que um organismo certificador inspecione e aprove o projeto.
Pedro Rossi, engenheiro agrônomo do Tecpar Certificação, explica que, embora a produção simultânea de produtos orgânicos e não orgânicos seja permitida, é essencial que os processos sejam rigidamente separados. "Os produtores podem expandir suas oportunidades de negócio sem grandes aumentos nos custos de produção. Por exemplo, é possível fabricar suco de uva orgânico na mesma linha de produção que o suco convencional, desde que o processo esteja em conformidade com as normas e seja auditado pelo Tecpar", afirma Rossi.
No Brasil, o selo “Produto Orgânico do Brasil” é concedido após a análise de conformidade por um organismo credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O Tecpar foi o primeiro a receber essa credencial, em 2010, dentro do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica.
Durante a auditoria, os auditores do Tecpar verificam a origem orgânica da matéria-prima e o cumprimento das normas vigentes. "A legislação exige que os produtos sejam identificados adequadamente e que haja uma separação clara entre produtos orgânicos e não orgânicos", explica Rossi. O processamento, manipulação e embalagem devem ser feitos de forma isolada, e não deve haver contato com materiais não autorizados para a agricultura orgânica. Os insumos e substâncias utilizadas na produção não orgânica também devem ser armazenados de forma controlada e separada.
O Sítio Santa Rita, em Bocaíuva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, exemplifica como a produção paralela pode beneficiar os produtores. A produtora Selma Maria de Andrade, junto com seu filho Guilherme de Andrade Cardoso, iniciou com a produção orgânica de doces, geleias, pães e frutas congeladas. Com a crescente demanda local, passaram a fabricar também bolachas e pães integrais convencionais. "Para evitar contaminação cruzada, produzimos primeiro os itens orgânicos e depois os convencionais, mantendo rigorosa higienização dos utensílios e equipamentos", relata Selma.
A certificação do Tecpar foi crucial para garantir a qualidade e confiança dos produtos orgânicos. "Escolhemos o Tecpar pela sua seriedade e rigor na certificação, o que proporciona transparência e confiança para nossos clientes", destaca Selma. A certificação também ajudou a aumentar a demanda pelos produtos da agroindústria.
A legislação brasileira para alimentos orgânicos industrializados exige que pelo menos 95% dos ingredientes sejam de origem orgânica, com os restantes 5% não podendo incluir itens proibidos, como transgênicos. A lista de produtos com o Selo Orgânico Brasil Tecpar Certificação é diversificada, incluindo itens como chás, sucos, sopas, arroz, aveia, cacau em pó, farinhas, cogumelos, temperos, pães, vinagres e carne bovina resfriada.
Fonte: Portal do Agronegócio
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