Orgânico

Lavouras de tomate orgânico viram aposta firme e lucrativa em Minas

Com a busca do consumidor por produtos mais saudáveis, oferta terá de crescer para que o agricultor aproveite os bons preços


Publicado em: 10/01/2012 às 09:35hs

Lavouras de tomate orgânico viram aposta firme e lucrativa em Minas

O tomate saudável, produzido num sistema mais simples e econômico, começa a ganhar espaço nas lavouras de Minas Gerais. É o chamado tomate orgânico, sem o uso de adubo químico e agrotóxico, produtos muitas vezes responsáveis por danos provocados nas plantações e no meio ambiente e que atacam a saúde dos produtores. O cultivo ainda é incipiente no estado, mas começa a crescer nas fazendas por meio de projetos experimentais orientados por técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG). O resultado? Tomates mais saborosos, saudáveis, com preço melhor e mercado consumidor garantido.

A unidade da Emater de Sete Lagoas implantou há dois anos projetos experimentais de dois sistemas produtivos de tomate nas cidades de Leopoldina, Juiz de Fora, Janaúba, Três Marias, Prudente de Morais, Capim Branco e Arcos. A produção do orgânico não aplica adubo químico e nem agrotóxico e o SAT, que faz uso de fertilizantes químicos, não usa agroquímicos. Foram escolhidos produtores que já fazem o cultivo de tomate mas nunca tiveram a oportunidade de fazer a plantação sem adubação química.

O trabalho vem sendo conduzido por Fernando Cassimiro Tinoco França, coordenador técnico de olericultura e agroecologia da Emater em Sete Lagoas. Ele explica que apesar dos benefícios que o cultivo de orgânico trazem para a cultura e os agicultores, a atividade ainda é muito pequena no estado. “É praticamente nula a pesquisa nessa área. Há incerteza dos extensionistas na hora de aplicar tecnologia nova”, diz França.

Além disso, o produtor corre menos risco de se intoxicar com agrotóxicos. Caldas alternativas (com extratos de plantas e minerais) são usadas no lugar dos agrotóxicos para pulverizar as lavouras. A matéria-prima orgânica que substitui os agroquímicos é triturada e deixadas de molho na água, como se fossem um chá. “O cultivo de orgânico é mais barato, pois geralmente é feito com extratos de plantas da região ou de locais próximos”, observa França. O agrotóxico que era para ser ferramenta de trabalho, tem sido aplicado, hoje, de forma abusiva, com contaminação dos alimentos, meio ambiente e das pessoas. A Emater planeja produzir outros alimentos sem agrotóxico a partir de 2012 para fornecer para escolas. “E queremos novas unidades não só de tomate como também de hortaliças”, ressalta França.

Em Capim Branco, na Grande Belo Horizonte, o produtor de hortaliças Marcone Gonçalves Xavier ganhou há doze anos o certificado de produtos orgânicos. Além de tomate, ele planta alface, salsa, cebolinha, almeirão, couve, cenoura, beterraba e tomate. “O mercado começou a despertar interesse por esse tipo de produto, que tem durabilidade e sabor melhor”, diz Xavier.

Na propriedade, são cultivados os tomates italiano, maçã e seriguela. “A durabilidade do orgânico é maior. Alguns clientes relatam que o produto fica em torno de 15 dias na geladeira, tempo bem maior do que o convencional”, observa Xavier. A produção cresce no período de março a setembro, fora da época chuvosa. De novembro a fevereiro, o legume é cultivado em estufa, para a proteção contra a chuva.

Da propriedade de Xavier saem cerca de 170 quilos de tomate orgânico por mês. Para o cultivo, é importante ter terreno fértil, livre de agrotóxico e adubo químico. “A boa preparação do solo nas covas é essencial, além do uso de caldas e biofertilizantes para combater as pragas e doenças”, observa Xavier. O tomate, segundo ele, é uma das hortaliças mais procuradas na área dos orgânicos, em função do uso maior de agrotóxico nos produtos convencionais.

Fonte: Estado de Minas

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