A Cooperafe produz dois tipos da bebida. Um deles é armazenado em barris de madeira, de onde adquirem sabor bem particular ao longo do processo de envelhecimento. “É uma cachaça mais indicada para se tomar pura, o paladar fica mais suave", descreve um dos sócios, o engenheiro agrônomo Roberto Machado. A outra qualidade de cachaça não passa por processo de envelhecimento, é armazenada em barril de inox e, segundo Machado, tem sabor mais acentuado. "Esta é mais indicada para se fazer drinks como a caipirinha", acrescenta.

As duas qualidades da bebida agradam ao paladar alemão e são produzidas do município de Crissiumal, no Rio Grande do Sul, por 26 famílias associadas à Cooperafe e que têm, cada uma, 10 hectares (desses, cinco hectares plantados com cana).

Os agricultores familiares são responsáveis por todo o processo de produção e venda da cachaça: plantio da cana-de-açúcar, colheita, industrialização, armazenamento da bebida, envelhecimento da cachaça, engarrafamento, rotulagem e comercialização. "Assim, a gente agrega valor ao produto e consegue um preço melhor. Estamos lutando para os jovens ficarem no meio rural, por isso criamos a cooperativa, estamos buscando algo para mudar isso, para gerar mais renda", explica Machado.

A Cooperafe foi criada informalmente no ano 2000. Em 2006, teve sua formalização como cooperativa. Atualmente, comercializa cerca de duas mil garrafas por ano para um comprador alemão, que revende o produto em bares, restaurantes e hotéis. A expectativa é que a Biofach Nuremberg 2012 gere mais negócios no exterior e que a venda aumente. Para isso, os sócios criaram um site em alemão (www.tropical-brazilis.cachaca-artesanal.com).

No Brasil, a cooperativa vende mais de cem mil garrafas de cachaça por ano, a maior parte delas com o volume de 750ml, ao preço médio de R$ 10 cada.