Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o Instituto de Botânica de São Paulo (IBot) irá inaugurar, no dia 06/06 às 10:30, um novo viveiro de plantas – mais uma ferramenta inovadora que tem como objetivo proporcionar atividades, estudos integrados e específicos dos diferentes grupos de plantas, cujas características podem definir melhor os modelos de restauração e conservação dos ecossistemas.

“O espaço conta com uma área de aproximadamente 700 m2, sendo 222 m2 destinados às espécies que necessitam de sombreamento e o restante, às espécies de áreas ensolaradas. Possui um sistema de irrigação automatizado, com possibilidade de programação conforme a exigência de cada espécies”, informou o Luiz Mauro Barbosa, diretor geral do IBot.

A solenidade de inauguração será iniciada com o plantio de uma árvore símbolo do viveiro, seguido pelo lançamento de publicações e visita ao novo prédio do herbário do IBot.

Políticas Públicas

Ao longo dos anos, o IBot tem promovido pesquisas aplicadas, educação ambiental e políticas públicas, visando a restauração de áreas degradadas e conservação da biodiversidade.

A partir de 2007, o Instituto passou a ser orientador das ações envolvendo estudos florísticos, resgate de plantas, restauração ecológica e reflorestamentos compensatórios exigidos pelos estudos de impactos ambientais (EIA/RIMA) e licenciamento ambiental, do Rodoanel Mário Covas, em São Paulo. “Uma medida inovadora, nas ações de políticas”, comemora Luiz Mauro.

Desta forma, a contratante do trabalho, DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), entendeu a necessidade de apoiar a iniciativa do Instituto de Botânica, no sentido de otimizar ainda mais os excelentes resultados, obtidos nos estudos e na compensação ambiental do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas. “Ao que antes era inovador, acrescenta-se agora o caráter de referência. Não será possível desenvolver pesquisas, em empreendimentos de grande porte, que não considerem os estudos desenvolvidos para o Rodoanel Trecho Sul, no tocante ao conhecimento da flora, resgate de plantas, conservação e restauração ecológica”.

Nesse sentido, o viveiro possibilitará pesquisas na área de produção de mudas para subsidiar os projetos desenvolvidos pelo IBot e Secretaria de Meio Ambiente, priorizando espécies nativas para a restauração ecológica de áreas degradadas; formação de um banco de germoplasma de plantas resgatadas em diversas regiões; e manutenção de coleções vivas do Jardim Botânico – como a coleção de espécies raras e ameaçadas, para fins de conservação biológica.

Herbário SP

O Herbário do Instituto de Botânica reúne um acervo de dois séculos de amostras da flora brasileira, em grande parte representativa do estado de São Paulo. Conta atualmente com 460.000 exsicatas de plantas e fungos, distribuídas por todos os grupos vegetais (algas, fungos, briófitas, pteridófitas e fanerógamas).

Abriga coleções históricas importantes, como as coletadas pela “Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo” (iniciada no final do século XIX), pela “Comissão das Linhas Telegráficas e Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas”, por F.C Hoehne, na Estação Biológica do Alto da Serra de Paranapiacaba, e mais recentemente pelo Projeto “Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo”.

“Atualmente, é o terceiro maior herbário do Brasil, com reconhecimento e indexação nacional e internacional, mantendo intenso intercâmbio com instituições congêneres, em todo o mundo, e abrigando uma das coleções mais importantes de plantas oriundas da Mata Atlântica do Estado de São Paulo.”

Como fiel depositário de amostras do componente do patrimônio genético, junto ao Ministério do Meio Ambiente, o Herbário SP tem suas atividades de intercâmbio supervisionadas pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético, órgão do Ministério do Meio de Ambiente.