Meio Ambiente

Hora de planejar o Projeto Biomas na Mata Atlântica

Coordenadora do projeto no bioma Mata Atlântica, Fabiana Ruas, e a turma de capacitação/ Foto: Cadu Gomes


Publicado em: 14/09/2012 às 12:40hs

Hora de planejar o Projeto Biomas na Mata Atlântica

O segundo módulo do curso do Projeto Biomas na Mata Atlântica começou nesta quarta-feira, 12/09, na Reserva Natural Vale, na região de Linhares, norte do Espírito Santo. Nesta fase, os profissionais que já atuam e os que vão atuar nas pesquisas do projeto na região vão se preparar para a  escolha, seleção e produção das espécies arbóreas que serão plantadas na propriedade sede da Mata Atlântica. “No primeiro módulo nós conhecemos a realidade do local, o solo da região, a vegetação. Fizemos um diagnóstico da área. Agora estamos fazendo o planejamento para escolha das espécies que serão utilizadas na fazenda, sempre levando em conta as questões sociais, ambientais e econômicas”, esclarece a coordenadora do projeto no bioma Mata Atlântica, Fabiana Ruas. “Assim os pesquisadores tem ideia do que plantar, onde e quais as espécies que podem ser cultivadas em consórcio”, complementa Fabiana.

Pela manhã, o engenheiro agrônomo, Dr. Moacir Medrado falou sobre a importância do setor florestal no Brasil e no Espírito Santo. Só no Estado capixaba, a atividade envolve mais de 28 mil propriedades rurais e gera cerca de 80 mil empregos, segundo a ABRAF. Ele mostrou ainda, modelos de introdução do componente florestal em algumas propriedades e apresentou uma relação de espécies nativas que podem ser úteis na produção de madeira, energia e restauração ambiental. “Foi uma das melhores oportunidades que tive como palestrante. Houve uma troca de informações muito grande, o pessoal tem muita experiência e isto enriquece o debate”, afirmou Dr. Medrado.

“Vamos mostrar o custo operacional dos projetos, que variam de acordo com as características de cada propriedade”, explica o também engenheiro agrônomo, Dr. Luciano Montoya. Para ilustrar sua palestra, ele apresentou 15 exemplos, sendo dez casos em áreas de preservação permanente e 5 em reservas legais. “Além de valores, é preciso dar alternativas para os produtores para que ele passe a ter lucro com as APPs, frisa Dr. Montoya.

“Esse projeto Biomas chega na hora certa para ajudar o produtor rural a entender o código florestal e mostrar que a legislação pode sim, trazer benefícios econômicos”, complementa Ana Maria Ferreira do SENAR, Espírito Santo.

“Me chamou a atenção os números do Estado no que diz respeito à atividade agroflorestal. Isso mostra a necessidade de se implantar projetos que incluam a árvore e possibilita que o produtor enriqueça sua propriedade com espécies nativas”, revela  Elpídio Francisco Neto, da gerência regional do CEPLAC, Comissão Executiva da Lavoura do Cacau.

ENQUANTO ISSO NA FAZENDA SÃO MARCOS

Enquanto os pesquisadores estavam em aula, o engenheiro florestal Dr. Marcos Sossai, procurava formigas na fazenda escolhida como sede do projeto no bioma Mata Atlântica.

Ele é o responsável pelo controle preventivo da formiga cortadeira na área. “A formiga é a inimiga número um do plantio florestal. Se você não fizer um controle preventivo e depois um monitoramento, pelo menos no primeiro ano, existe uma chance muito grande de insucesso no plantio”, explica o Dr. Sossai.

Primeiro o profissional faz uma análise para verificar qual o nível de infestação do inseto. Isso vai servir como subsidio para dimensionar o tipo de produto e a técnica que será utilizada no combate. “Aqui não tem muita infestação, exceto próximo às divisas da propriedade onde há o plantio de eucalipto e outras espécies que são fontes de alimento”, revela o Dr. Marcos Sossai. Segundo ele, de nada adianta fazer o controle na área se não houver um controle no entorno. “Se a formiga estiver a 100, 200 metros ela pode chegar aqui facilmente. Elas não respeitam cercas, por isso é fundamental cuidar também das áreas vizinhas ao plantio”, esclarece.

Dois métodos de controle estão sendo utilizados neste primeiro momento. Um é a isca formicida, feita do bagaço da laranja. Atraída pelo cheiro, a formiga transporta a isca para o interior da colônia e em cerca de dez dias o formigueiro está morto. O outro produto é um pó químico aplicado diretamente no formigueiro, cuja ação é imediata.

Sobre o Projeto Biomas

O projeto é uma parceria entre Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os estudos já estão sendo desenvolvidos em cinco dos seis biomas brasileiros.   Os pesquisadores buscam soluções para a produção sustentável de alimentos, a partir da reintrodução da árvore nas propriedades rurais do Brasil. O Projeto Biomas tem o apoio do SEBRAE, Monsanto, John Deere e Vale Fertilizantes, além do SENAR, que será o responsável pela capacitação futura dos produtores rurais.

Fonte: Assessoria de Comunicação Digital do Sistema CNA/SENAR

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