A FS, uma das principais produtoras de etanol e nutrição animal do Brasil, revelou os resultados de estudos técnicos que confirmam a viabilidade geológica do projeto BECCS (Produção de Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono), que pode resultar na produção do primeiro etanol carbono negativo do mundo. Essa tecnologia revolucionária visa capturar e estocar o dióxido de carbono (CO2) emitido durante a produção de biocombustíveis, transformando a indústria de etanol de milho em uma pioneira na redução das emissões de carbono.

Tecnologia Inovadora para um Futuro Sustentável

O projeto envolve a captura e estocagem do CO2 no subsolo, utilizando as formações geológicas adequadas para esse fim. A FS pretende injetar o CO2 emitido durante a fermentação na produção de etanol no subsolo, onde será armazenado com segurança por milhares de anos, contribuindo assim para a redução do aquecimento global.

Ao adotar essa tecnologia, a FS evitará a emissão de aproximadamente 423 mil toneladas de CO2 por ano na atmosfera em sua unidade industrial em Lucas do Rio Verde (MT). Além disso, o potencial de implantação em outras unidades industriais da empresa pode resultar na remoção de mais de 1,8 milhão de toneladas de carbono por ano da atmosfera.

Impacto Positivo para o Meio Ambiente e a Indústria

A tecnologia BECCS representa um avanço significativo na redução das emissões de carbono na indústria de etanol. A FS será a primeira empresa a implementar essa tecnologia fora dos Estados Unidos, onde atualmente apenas duas produtoras de etanol a utilizam. O projeto brasileiro se destaca por utilizar matéria-prima de segunda safra de milho e biomassa renovável de florestas plantadas, diferentemente das empresas americanas, que empregam energia de origem fóssil no processo produtivo.

Próximos Passos e Potencial de Impacto

Com a aprovação legislativa do projeto de lei do programa Combustível do Futuro, a FS planeja investir cerca de R$ 350 milhões na implementação dos equipamentos necessários para a captura e estocagem de CO2. A empresa prevê a geração de cerca de 230 empregos diretos durante as obras, que podem começar ainda este ano e serem concluídas até o final de 2025.

Além disso, a FS está focada em monetizar o projeto por meio da venda de créditos de carbono, enquanto aguarda a aprovação do marco legal pelo Senado. A ampla adoção da tecnologia BECCS pelo setor de etanol pode resultar na redução significativa das emissões de carbono na atmosfera, contribuindo assim para a mitigação das mudanças climáticas e para um futuro mais sustentável para o planeta.