Meio Ambiente

Desmatamento na Amazônia Legal é o menor já registrado, diz governo

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgou nesta terça-feira (27), que a Amazônia Legal (área que engloba os estados que possuem vegetação amazônica ? todos os da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão) registrou o menor índice de desmatamento desde que foram iniciadas as medições, em 1988, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)


Publicado em: 28/11/2012 às 17:00hs

Desmatamento na Amazônia Legal é o menor já registrado, diz governo

De acordo com dados do sistema conhecido como Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), entre agosto de 2011 e julho de 2012 houve o desmatamento de 4.656 km² de floresta, área equivalente a mais de três vezes o tamanho da cidade São Paulo.

O índice é 27% menor que o total registrado no período entre agosto de 2010 e julho de 2011 (6.418 km²). Foi a menor taxa desde que o instituto começou a fazer a medição, em 1988. “Arrisco a dizer que foi a única notícia ambiental positiva que o planeta teve esse ano”, disse a ministra.

Segundo o governo, a margem de erro da estimativa é de 10% e os dados finais do levantamento devem ser divulgados no próximo ano.

Os dados do Prodes consolidam informações coletadas ao longo de um ano por satélites capazes de detectar regiões desmatadas a partir de 6,25 hectares. São computadas apenas áreas onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – característica denominada corte raso.

Desmatamento por estados – Dados do Inpe apontam que, no período avaliado, o Pará foi o estado que mais desmatou a Amazônia. Em um ano, foi responsável por devastar mais de um terço da área desmatada registrada pelo sistema Prodes (1.699 km²).

Apesar de o Pará ainda liderar o desmate do bioma, Izabella Teixeira afirmou que houve uma queda significativa na degradação registrada na região. “O desmatamento caiu 44% em relação ao ano passado, o que nos deixa muito feliz. E a tendência é cair ainda mais”.

Mato Grosso foi o segundo estado que mais devastou a floresta (777 km²), seguido de Rondônia (761 km²), Amazonas (646 km²), Acre (308 km²) e Maranhão (267 km²). Completam a lista Roraima (114 km²), Tocantins (53 km²) e Amapá (31 km²).

Ações de combate – De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), entre agosto de 2011 e julho de 2012 foram registrados 3.456 autos de infração na região da Amazônia Legal.

A ministra argumentou que o governo tem realizado ações, o que teria contribuído para a queda na taxa de devastação da Amazônia. “Há um equívoco em dizer que a União não vai intervir contra as práticas do desmatamento. Vamos pegar [as irregularidades] sim, de todo mundo” disse Izabella.

Ela disse ainda que ações ilegais na florestas têm sido realizadas com o uso de táticas de camuflagem. Segundo a ministra, tratores têm sido pintados de verde para que possam ser confundidos com a vegetação, impossibilitando que agentes encontrem os materiais.

Fiscalização eletrônica – O Ministério do Meio Ambiente informou que vai usar um sistema eletrônico para autos de infração, que será ligado a um banco de dados central. Segundo a ministra, a fiscalização, que deverá ser feita pelo Ibama, vai ser usada em todo o Brasil.

O sistema poderá ser utilizado para controle ambiental, combate a incêndios, licenciamento ambiental, além do Cadastro Ambiental Rural (CAR), criado a partir do novo Código Florestal, e que concentra dados de todos os imóveis rurais do país, a partir de imagens de satélite.

O objetivo do novo sistema é evitar erros, que anulavam processos de infrações. Ele custará R$ 15,7 milhões e passará a ser utilizado a partir de janeiro de 2013. “Esperamos assim, coibir o crime ambiental de uma vez por todas”, disse a ministra.

As informações foram divulgadas em coletiva realizada em Brasília, que contou ainda com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e o diretor do Inpe, Leonel Pedondi.

Fonte: Globo Natureza

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