Meio Ambiente

Cientistas causam polêmica ao questionar o aquecimento global

16 acadêmicos assinam carta no Wall Street Journal criticando o que chamam de ?alarmismo climático?


Publicado em: 01/02/2012 às 15:40hs

Cientistas causam polêmica ao questionar o aquecimento global

Dezesseis cientistas colocaram lenha na fogueira do aquecimento global, com uma carta aberta assinada no jornal americano The Wall Street Journal na última sexta-feira (27). No artigo “Não há motivo para pânico sobre o aquecimento global”, eles criticam duramente a discriminação que pesquisadores teriam sofrido por questionar as medidas contra o aquecimento global e afirmam que muita gente está ganhando com um “alarmismo climático”. “Na realidade, um grande e crescente número de cientistas distintos e de engenheiros não concorda que ações drásticas sobre o aquecimento global são necessárias”, afirma a carta.

Longe de ser um documento científico ou definitivo sobre o assunto, o documento tem mais o tom de um desabafo. Os cientistas questionam o fato de praticamente não ter havido aquecimento da Terra nas últimas décadas, ficando bem abaixo das projeções do IPCC, o painel climático da ONU. Por isso, eles sugerem que os modelos matemáticos dos computadores que fazem as projeções de aquecimento superestimam os efeitos do dióxido de carbono (CO2) sobre o aquecimento.

Além disso, eles alegam que o CO2 é intrínseco ao ciclo de vida, não é um poluente e tinha concentrações dez vezes maiores no planeta quando a vida se desenvolveu. Mais ainda: os cientistas afirmam que, “quase com certeza”, o aumento do CO2 na atmosfera no último século ajudou a ampliar a produtividade da agricultura. Afinal, as plantas se aceleram com essa substância na atmosfera – em estufas, seria comum aumentar a concentração de CO2 para que as plantas se desenvolvam mais rápido.

Mas afinal, quem ganharia com a supervalorização do aquecimento global? Muita gente, na visão dos 16 cientistas. “Um alarmismo sobre o clima é de grande benefício para muitos, provendo financiamento público para pesquisas acadêmicas e uma razão para o crescimento das burocracias estatais”, afirma a carta. “O alarmismo também oferece uma desculpa para governos elevarem taxas, para negócios que sabem trabalhar no sistema político receberem subsídios pagos pelos contribuintes e para fundações de caridade receberem doações prometendo salvar o planeta.”

Mas mais do que discutir se o aquecimento global existe ou não, e qual é a necessidade de agir contra ele, a carta dos 16 cientistas alerta para uma preocupação dos autores com as pressões contra aqueles que questionam o fenômeno no meio acadêmico. Os autores citam o caso do editor de uma publicação científica que foi demitido em 2003 após publicar um trabalho que mostrava que o atual aquecimento global não é pouco usual na história dos últimos milênios do planeta. Ou seja, que essa elevação de temperaturas poderia independer do homem.

Outro caso citado pelo artigo é o do prêmio Nobel de Física Ivar Giaever, que deixou a Sociedade Americana de Física (APS) em setembro de 2011, depois de a entidade afirmar em uma espécie de carta de princípios que as evidências do aquecimento global são “incontroversas”. “Na APS é permitido discutir se a massa do próton muda ao longo do tempo e como um multi-universo se comporta, mas a evidência do aquecimento global é incontroversa?”, criticou o cientista à época.

Fonte: SouAgro

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