Xô, bicudo!

O oeste da Bahia pode ser considerado um oásis da cotonicultura


Publicado em: 29/04/2009 às 09:34hs

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O oeste da Bahia pode ser considerado um oásis da cotonicultura: clima e topografia favoráveis, somados à grande capacidade técnica, administrativa e empreendedorismo dos empresários rurais, aos avanços tecnológicos liderados por empresas de consultorias especializadas, órgãos de pesquisa, empresas de defensivos e fertilizantes, entre outros fatores que garantiram um grande impulso a este setor da agricultura naquelas terras. Hoje, uma década depois de ter dado início à cultura do algodão, o oeste baiano vive um “boom”, com 293 mil hectares cultivados (safra 2007/08), contra 70 mil hectares plantados na safra de 2001, ano em que esta cultura ganhou impulso na região. Um significativo aumento de 418% no período.
 
Os resultados de produtividade surpreendem ano após ano, e mais, vêm acompanhados por melhorias na qualidade da fibra – qualidade esta que vem sendo reconhecida no mercado internacional e tem atraído várias tradings que estão se instalando na região para a comercialização no mercado internacional.
 
Porém, neste oásis também coabitam as muitas pragas que atacam o algodoeiro, algumas, como o bicudo, extremamente importantes e decisivas para a viabilidade do empreendimento – daí o controle de pragas ser, dentre os fatores de produção, um dos mais importantes para o sucesso da lavoura.
 
O bicudo é uma praga poderosa. Devido a sua biologia – pelo seu hábito de refúgio e capacidade de resistir a longos períodos desfavoráveis na entressafra, para voltar a atacar na cultura posterior – e sua alta capacidade reprodutiva e destrutiva, torna-se uma praga de grande importância econômica. Se mal manejada, pode inviabilizar a lavoura e até mesmo uma região inteira, tendo, inclusive, já expulsado a cultura do algodoeiro de algumas regiões tradicionais. Merece atenção especial!
 
Tal importância justificou a criação de um programa regional de combate ao bicudo, visando diminuir sua população em todas as fases da cultura, e inclusive no período de entressafra. Esse programa, que foi idealizado pelas consultorias locais, juntamente com produtores, Fundação Bahia, EBDA, empresas privadas, entre outros, visa diminuir a pressão do bicudo com ações regionais envolvendo as propriedades de uma determinada comunidade, obedecendo a regras predeterminadas e que devem ser adotadas por todos os produtores desta microrregião. A estratégia global é trabalhar de forma regionalizada, porém com a união de cada projeto individual cobrindo toda a região algodoeira.
 
A chave do sucesso
 
Principais ações de combate ao bicudo:
 
1. Destruição de soqueiras imediatamente após a colheita, com prazo máximo até 31 de agosto.
 
2. Armadilhamento nas bordaduras aproximadamente 60 dias antes do início do plantio.
 
3. Plantio concentrado em um período curto.
 
4. Controle químico de bordaduras (início na segunda folha verdadeira).
 
5. Aplicações de inseticida no início da emissão de botões florais (uma a três aplicações espaçadas de cinco dias, conforme amostragens nas armadilhas).
 
6. Controle do bicudo com índices inferiores a 5% de botões atacados.
 
7. Bateria de aplicações de inseticidas no início de abertura de capulho.
 
8. Aplicação de inseticidas juntamente com o desfolhante.
 
9. Além de outras ações complementares.
 
As aplicações de inseticidas na fase de botão floral são muito importantes, pois os adultos que sobraram em refúgios e que escaparam das aplicações de bordadura, caso não forem controlados na fase inicial, começarão a se reproduzir nos botões florais e a aumentar sua população rapidamente, podendo acarretar sérios danos, com gasto de defensivos e quebra de produtividade.
 
Inseticidas de boa eficácia nesta fase são fundamentais, porque um bom controle evita altas populações nas fases seguintes. Devem, também, ser utilizados produtos com modos de ação diferentes para evitar possível seleção de indivíduos resistentes. Evitar produtos que possam desequilibrar o ambiente, aumentando o problema de outras pragas, como, por exemplo, os ácaros, também é um fator a ser levado em conta.
 
Dentre as opções de produtos que podem ser utilizados nesta fase inicial da cultura, o Marshal Star encaixa-se neste segmento. A Círculo Verde Pesquisa testou o produto Marshal Star em seu campo experimental, para verificar sua ação no controle do bicudo. Foi comprovada sua boa performance sobre esta praga, equivalendo-se aos produtos-padrão utilizados. Além do bom controle do bicudo, o Marshal Star apresenta outras vantagens, como o excelente controle do pulgão e supressão de algumas espécies de lagartas nos primeiros instantes que ocorrem nesta fase.
 
Pedro Brugnera
Engenheiro Agrônomo
Círculo Verde Assessoria Agronômica

Fonte: Alfapress Comunicações

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