O produtor que neste momento precisa decidir pelo plantio do feijão, a chamada terceira safra, mais do que qualquer outro, não pode errar. A produção de feijão sob pivô envolve investimento alto. Decidir agora se planta ou não tem sido uma tarefa das mais difíceis.

Ao olhar o mercado, os preços praticados neste momento preocupam muito e não estimulam ninguém. Ainda mais quando se leva em consideração que os preços ao redor de R$ 60 até R$ 70, dependendo da qualidade FOB Paraná e Goiás, por exemplo, só estão nestes níveis por que o governo federal vem mobilizando céus e terra para manter o mercado no mínimo neste patamar.

O mercado agora é lento com poucos negócios. Com os preços baixos a cadeia como um todo não precisa estocar, e quanto mais se retarda a compra mais baixo se compra. Dentro deste quadro, claro que todos gostariam de vender ao governo pelo preço mínimo de R$ 80 por saco de 60 kg, porém, a aquisição se limita a 750 sacos por produtor. Esta é a forma que o governo encontrou de buscar atender a maior quantidade possível de produtores. Evidentemente pelos volumes que envolvem a produção no cerrado, certamente esta quantidade máxima individual para ser atendida pelo AGF (Aquisição do Governo Federal) é pequena.

Assim, o que pode ser feito? A sugestão, com todo respeito aos experientes produtores, é dividir em parcelas o máximo possível o plantio. Retardar este plantio para ter um feijão de melhor qualidade o mais tarde possível e ainda cuidar para que na colheita o grão permaneça muito claro nota 9,5 / 10. Somente assim estará garantida a melhor negociação ou a preferência diante de outras ofertas. Também, na medida em que durante o mês de maio esteja configurada definitivamente a menor área irrigada no total, mais tranquilidade dará para os que estarão plantando no final do mês, minimizando a possibilidade de erro.

Marcelo Lüders - www.agroblog.com.br