Demanda mundial mantém alto patamar de preço


Publicado em: 15/10/2010 às 18:09hs

...

O preço da pluma continua seu rali de alta, isso por que a demanda mundial e, principalmente, as compras chinesas continuam dando suporte para os valores do algodão no mercado internacional. A demanda global da fibra irá crescer para 120,8 milhões de fardos no ano fiscal, que começou em 1º de agosto. Alta de 0,2% em relação à estimativa do mês anterior. A produção mundial da pluma será de 116,7 milhões de fardos, menor que a previsão de setembro, de 117 milhões.

Segundo levantamento realizado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), a China tem buscado a compra da pluma mesmo com preço em patamares bastante elevados. Isso por que a safra chinesa deverá alcançar em 2010/2011 um total de 18,25 milhões de fardos, contra 22,37 milhões de fardos produzidos na safra passada, ou seja, uma redução de 27,7%. No entanto, seu consumo interno saiu de 49 milhões de fardos para 50 milhões de fardos, fazendo a China importar 13 milhões de fardos, 1 milhão a mais que a safra passada, reduzindo também seus estoques finais em 23%.

Porém, todo este otimismo do mercado internacional não tem chegado com a mesma força nas comercializações aqui no Brasil. Há um descolamento dos preços internacionais com os preços internos da pluma, isso porque as indústrias não têm conseguido repassar a alta dos preços para o consumidor final, o que vem estagnando a cadeia produtiva do algodão. Sendo assim, as compras da safra 2009/2010 dos produtores são lentas. No entanto, as negociações da nova safra continuam a todo vapor, de acordo com a BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias), já foram comercializados 527,3 mil toneladas da safra 2010/2011, ou seja, pouco mais de 12% da safra brasileira de algodão.

Goiás já comercializou 46,3 mil toneladas de algodão, ou seja, 15% da produção, levando em consideração que o Estado deve colher em torno de 307 mil toneladas. O preço médio da pluma em Goiás iniciou a semana valendo R$ 71,21/arrobas, contra R$ 70,08/arrobas da semana passada. A perspectiva é que este preço continue subindo, ou pelo menos se estabilize, já que não se pode esperar um volume tão grande de produto importado, que chega ao Brasil com um preço mais elevado do que o mercado interno.

Leonardo Machado é engenheiro agrônomo e assessor técnico para a área de fibras da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás

Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás

◄ Leia outros artigos