Publicado em: 02/10/2013 às 17:10hs
O número equivale a três vezes a produção esperada para a Usina Belo Monte por ano, segundo o gerente de bioeletricidade da associação, Zilmar de Souza. O montante também equivale a todo o parque térmico de fontes não renováveis do País.
No último leilão do governo, no fim de agosto, sete usinas conseguiram comercializar 134 megawatts médios para entregar a partir de 2018. Segundo Souza, a produção vai representar R$ 1 bi de investimentos.
Apesar das contratações, foi a primeira vez que usinas que utilizam biomassa para produzir energia elétrica conseguiram uma contratação em leilão. Para garantir que o setor sucroalcooleiro nacional alcance os 15 mil megawatts previstos para daqui oito anos, "é importante que tenhamos continuidade de contratação da bioeletricidade". "No ano passado, vendemos zero megawatt num ambiente regulado por conta de concorrência com outras fontes", alertou o gerente da Unica.
As usinas de álcool e açúcar reivindicam leilões específicos para o setor de biomassa para garantir menos disparidades de competição com outras fontes, que podem utilizar recursos mais baratos.
A vantagem da contratação de bioeletricidade, argumenta o gerente da Unica, é que ela é produzida no meio do ano, quando as hidrelétricas estão com os reservatórios baixos e menor potencial de produção de energia.
Atualmente existem 420 usinas que produzem bioeletricidade, das quais 250 são autossuficientes e 170 ainda exportam para a rede. No ano passado, estas unidades disponibilizaram para o sistema elétrico 1,4 mil megawatts médios.
A atividade gera uma receita marginal para o setor, representando de 2% a 3% do faturamento anual do segmento sucroalcooleiro, o que equivale a R$ 1,5 bilhão a R$ 2,2 bilhões.
De acordo com a Unica, 92% da biomassa que as usinas produzem e não são utilizadas no processamento para etanol ou açúcar - bagaço e palhada - já são destinados para a produção de vapor e eletricidade.
Considerando a produção durante o ano passado, o setor consumiu 145 milhões de toneladas de bagaço e 84 milhões de toneladas de palha e ponta da cana. Os demais 8% dessa biomassa é direcionada para outros processos, como a indústria química.
Zilmar de Souza destaca que a utilização da biomassa da cana já está bastante avançada no Centro-Sul, maior polo do setor, e deve avançar mais em São Paulo no próximo ano por causa da proibição que entrará em vigor contra a queima da palha.
Fonte: DCI
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