Setor Sucroalcooleiro

Produção de açúcar no Brasil tem queda histórica e impacta mercados internacionais

Relatório da Unica aponta redução de 60% na produção do centro-sul na 1ª quinzena de novembro


Publicado em: 28/11/2024 às 10:53hs

Produção de açúcar no Brasil tem queda histórica e impacta mercados internacionais

Os contratos futuros de açúcar encerraram o pregão desta quarta-feira (27) com desempenhos mistos na Bolsa de Nova York, refletindo os números alarmantes da queda na produção brasileira. Enquanto isso, em Londres, todos os lotes de açúcar branco registraram alta.

De acordo com dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica), a produção de açúcar no centro-sul do Brasil, principal região produtora do país, caiu 60% na primeira quinzena de novembro em comparação ao mesmo período de 2023. Essa retração marcou, pela primeira vez, um acumulado da safra inferior ao da temporada anterior.

“Na primeira quinzena de novembro de 2023, as usinas dessa região produziram 2,2 milhões de toneladas de açúcar. Com a queda acentuada, a safra 2024/25 acumulou uma redução de 3%, totalizando 38,27 milhões de toneladas. No ciclo anterior, o país atingiu um volume recorde”, informou a Reuters.

A baixa foi atribuída a uma menor oferta de cana, impactada pela seca, e a um redirecionamento da matéria-prima para o etanol, que voltou a ganhar espaço no mercado. O volume de cana processada no centro-sul atingiu 16,46 milhões de toneladas na primeira quinzena, uma redução de 52,8% em relação ao ano anterior. No acumulado da safra, a queda foi de 2,2%, totalizando 582,6 milhões de toneladas, segundo a Agência Internacional de Notícias.

Desempenho no mercado internacional

Na ICE Futures de Nova York, o contrato de açúcar bruto para março de 2025 registrou alta de 12 pontos, sendo negociado a 21,69 centavos de dólar por libra-peso. Já os contratos de julho e outubro de 2026 fecharam em baixa de 9 e 14 pontos, respectivamente.

Em Londres, o açúcar branco teve valorização em todos os lotes. O contrato para março de 2025 foi negociado a US$ 560,20 por tonelada, alta de US$ 5 em relação ao dia anterior. O vencimento de maio de 2025 subiu US$ 5,60, alcançando US$ 558,00 por tonelada. Outras variações positivas oscilaram entre US$ 1,20 e US$ 4,30.

Mercado doméstico

No mercado interno, o Indicador Cepea/Esalq, da USP, registrou desvalorização de 0,62% no preço do açúcar cristal. A saca de 50 kg foi negociada a R$ 165,53, ante os R$ 166,57 da véspera.

Etanol hidratado apresenta recuperação

Já o etanol hidratado voltou a registrar alta após dois dias de queda. Segundo o Indicador Diário Paulínia, o biocombustível foi negociado a R$ 2.721,50 por metro cúbico, uma leve alta de 0,11% frente ao valor de R$ 2.718,50 praticado no dia anterior.

A combinação de fatores climáticos e o ajuste na destinação da cana-de-açúcar reforça os desafios enfrentados pelo setor sucroalcooleiro, tanto no mercado interno quanto nas bolsas internacionais.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias