Publicado em: 08/01/2024 às 13:10hs
Após um declínio acentuado no final de 2023, o mercado internacional do açúcar demonstrou sinais de recuperação desde a virada do ano, indicando uma tendência de estabilidade nos primeiros meses de 2024. Em Nova York, o contrato líder de açúcar bruto chegou a testar os 20 centavos de dólar por libra-peso em dezembro, mas encontrou um ponto de sustentação, iniciando uma trajetória ascendente e, atualmente, opera acima dos 21 centavos.
Maurício Muruci, analista da Consultoria SAFRAS & Mercado, destacou que as oscilações no mercado de açúcar têm sido mais impactadas pelas dinâmicas do mercado financeiro nos últimos movimentos. "O final do ano é tradicionalmente um período em que os especuladores liquidam posições compradas, realizam lucros e buscam encerrar o ano com saldos positivos. No entanto, grande parte dessas posições já foi coberta, fortalecendo os futuros, que devem manter esse ímpeto no primeiro trimestre e possivelmente ampliar os ganhos no segundo", explicou Muruci.
Um fator adicional que promete sustentar o mercado de açúcar no início de 2024 é a previsão de queda nas taxas de juros nos Estados Unidos. Essa perspectiva tornará os investimentos em renda fixa menos atrativos, abrindo espaço para a renda variável, onde se incluem os derivativos agrícolas, incluindo o açúcar. Espera-se que fundos de investimento e especuladores intensifiquem seu interesse nesse cenário.
A produção global de açúcar está projetada para atingir 183,461 milhões de toneladas na temporada 2023/24, representando um aumento significativo em relação às 175,307 milhões de toneladas registradas em 2022/23, um acréscimo de 4,65%, de acordo com as estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O USDA prevê que a demanda global pelo adoçante alcance 178,431 milhões de toneladas em 2023/24, superando as 176,380 milhões de toneladas estimadas para 2022/23, um aumento de 1,16%.
Consequentemente, o mercado internacional de açúcar deverá enfrentar um excedente de oferta de 5,03 milhões de toneladas em 2023/24, contrastando com o déficit de 1,073 milhão de toneladas registrado em 2022/23. O crescimento da produção acima das expectativas no Brasil e na Índia deverá mais do que compensar as reduções previstas nas safras da Tailândia e do Paquistão em 2023/24, conforme apontado pelo USDA.
Fonte: Portal do Agronegócio
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